A Anatel poderá fazer um leilão da faixa de 3,5 GHz ainda em 2012. A informação foi dada pelo conselheiro da Anatel e relator do edital do leilão da quarta geração de telefonia celular no Brasil, Marcelo Bechara, durante o Seminário Tablets & Smartphones 2012 em São Paulo nesta terça-feira, 26. Segundo ele, até o final do ano a frequência poderá ser leiloada juntamente com as "sobras da 2,5 GHz", mas ainda não há previsão para a faixa de 700 MHz, ainda ocupada pela radiodifusão.
Os problemas técnicos de interferência do uso da 3,5 GHz na banda C de parabólicas não existe mais, garante Bechara, e já há estudos para a licitação. Segundo ele, os preços da tentativa de leilão anterior da faixa não irão determinar essa nova oferta da Anatel, que considera a possibilidade de as operadoras utilizarem WiMAX nessa frequência para aliviar a carga do tráfego de dados das tecnologias 3G e 4G. A agência deverá ainda incluir os lotes restantes do LTE de 2,5 GHz no mesmo leilão, de acordo com o conselheiro.
Já a faixa de 700 MHz, utilizada nos Estados Unidos para o 4G, ainda pode ser viável para o mercado brasileiro, mas não há previsão até o término de estudos da agência. "Teoricamente, em 2016 estaria disponível, ao término da transição do sinal de TV analógico para o digital, mas poderá ser adiado. A Anatel se antecipou a isso e determinou estudos para encontrar formas de dar melhor destinação para essa faixa", conta, afirmando que haverá um "debate acalorado" para agilizar a desocupação da frequência.
Ágio
Para Bechara, o leilão do 4G teve um bom ágio, levando em consideração tanto as obrigações das operadoras, quanto as políticas de cobertura da faixa rural. "Foram quase R$ 3 bilhões. Poucos setores, talvez o de petróleo, têm uma capacidade de, em época de crise e em dois dias de leilão, completar tal aquisição", afirma. "Sem esses deveres, com apenas a licitação da faixa 2,5 GHz, certamente esse valor pularia para uns R$ 7 bilhões."
