Plano antipane da Telefônica será executado em até 180 dias

O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, entregou nesta sexta-feira, 26, seu plano antipane ao presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg. Com a apresentação antecipada do projeto de melhoria na rede, Valente espera que a agência reguladora reverta rapidamente a cautelar que hoje impede a venda do serviço Speedy. O plano está desenhado em três etapas e prevê a antecipação de um aporte de R$ 70 milhões dos R$ 750 milhões em investimentos totais programados pela concessionária para 2009.
Sardenberg e Valente acordaram que a íntegra do projeto só será divulgada após a análise e aprovação da Anatel. Mas o presidente da Telefônica antecipou alguns aspectos do documento, destacando ações que já estão em curso segundo o executivo. A primeira fase do plano será concluída em até 30 dias e o destaque é a readequação de capacidade dos pontos DNS, responsáveis pelo processamento dos pacotes de Internet.
Segundo Valente, a empresa dispõe hoje de dois pontos, um em Alphaville e outro no Ibirapuera, capazes de processar até 80 mil requisições de resolução de DNS por segundo. A demanda atualmente em São Paulo tem sido de aproximadamente 120 mil requisições de resolução de DNS por segundo. Assim, picos na demanda por dados desestabilizavam a oferta do serviço com a infraestrutura disponível. Daí a necessidade de readequação da capacidade.

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Outro aspecto previsto na primeira etapa é o investimento em mecanismos mais robustos que garantam a segurança da rede, evitando ataques externos. Um ataque de hackers teria sido o motivo de uma das panes do Speedy no ano passado, segundo a Telefônica. A empresa admitiu. Em apresentação no Conselho Consultivo da Anatel, Valente admitiu que o acontecimento não tem precedente nas telecomunicações. "É muito raro um ataque externo em uma rede telefônica. Eu não me lembro de nenhum caso assim", afirmou.
Mais outros dois ponto de investimento imediato é o aumento da capacidade para redes internacionais e a ampliação da rede IP, com a instalação de mais equipamentos intermediários. Mas o aspecto mais ressaltado pelo presidente da Telefônica é a revisão de todos os procedimentos e tecnologias utilizadas na manutenção da rede. Esse item não exige investimentos financeiros, mas é considerado crucial já que duas das cinco panes ocorridas em São Paulo – incluindo a mais recente, que atacou o STFC – foram causadas por falhas de procedimento.
Duplicações
A fase dois do plano envolve investimentos mais robustos, com a duplicação de partes importantes da rede. Segundo Valente, a empresa irá "mais que dobrar" a rede IP e os acessos internacionais em até 90 dias. Além disso, irá investir em mais sistemas de gestão da rede, como o PIC Flow e o Open Net. Mais uma decisão importante é a separação de todas as redes corporativas das dos demais clientes do Speedy, podendo fazer um controle específico de cada um desses grupos.
Na última fase, que será concluída em até 180 dias, a Telefônica planeja duplicar os pontos DNS, incluindo outros dois sites de processamento de pacotes. Também será concluída uma segmentação e contingenciamento de 100% da rede IP. Todas essas ações já estão em curso e os prazos referem-se à expectativa de conclusão do upgrade na infraestrutura.
Ao fim do plano, a Telefônica espera estar entre as detentoras das melhores redes do mundo. "Queremos ser a rede mais robusta da América Latina", declarou Valente. A ideia é que a oferta de banda larga em São Paulo não tenha degradação nenhuma na parte que cabe à operadora. Mas Valente ressaltou que a eliminação plena de todas as falhas é praticamente impossível em um serviço como a oferta de Internet, que envolve uma longa cadeia de processos e empresas.

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