Pesquisadores da Check Point Research alertaram para um aumento significativo dos riscos cibernéticos contra o setor de telecomunicações: segundo dados da empresa de segurança cibernética, o primeiro trimestre de 2025 registrou um crescimento de 94% nos ataques semanais contra redes em todo o mundo, totalizando 2.664 ataques por semana.
A firma nota que o setor de telecom é uma das infraestruturas críticas mais visadas por cibercriminosos e atacantes de nação-Estado mal-intencionados. A tendência acompanha o avanço de tecnologias como 5G, Edge Computing (computação de borda) e inteligência artificial (IA), que, apesar de impulsionarem a inovação, também ampliam a superfície de ataque digital.
"Além das consequências econômicas, os ataques podem gerar colapsos em serviços essenciais, como sistemas de emergência, hospitais e transações bancárias. Um exemplo crítico ocorreu na Dinamarca, onde uma pane em uma grande operadora de telecomunicações comprometeu o atendimento hospitalar e as operações de resgate", apontou a Check Point.
O uso de deepfakes e ataques de engenharia social por meio de chatbots foram outros riscos mencionados pela empresa, que também apontou o Brasil como mercado onde "riscos cibernéticos têm se materializado de forma alarmante". Um ataque cibernético em 2024 contra o Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal e a Anatel foi apontado como exemplo.
"As telecomunicações são o sistema circulatório da economia digital. Proteger essa infraestrutura é proteger a sociedade como um todo. À medida que os ataques se tornam mais sofisticados, a resiliência cibernética precisa ser tratada como prioridade nacional", alerta a empresa de segurança cibernética.
"Para mitigar esses riscos, vários países, incluindo o Brasil, estão fortalecendo suas legislações e diretrizes. A Diretiva NIS2 da União Europeia, o programa voluntário Cyber Trust Mark da FCC nos Estados Unidos e a LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados] brasileira são exemplos de esforços para exigir segurança desde o desenvolvimento em produtos e serviços", completou a Check Point.