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Para UBS, oferta do BTG por fatia da InfraCo da Oi era a melhor possível

Foto: Pixabay

Logo após o anúncio da negociação da Oi com o BTG Pactual por parte da InfraCo em 12 de abril, relatório do banco de investimento UBS BB já analisava positivamente a possível transação, com recomendação de compra de ações e preço-alvo de R$ 3,70 por ação em 12 meses. Uma semana depois, uma atualização novamente recomendou a compra, mas com o reajuste da ação para R$ 3 no mesmo período. 

O relatório foi escrito pelo analista Leonardo Olmos, que explicou em entrevista ao TELETIME que o valor da proposta vinculante feita pelo BTG pode não ter sido tão alto, mas teria sido a única capaz de lidar com a complexa situação da InfraCo. Na opinião dele, era necessário que o player fosse financeiro para lidar com tal complexidade. 

“O ponto mais criativo é a questão de R$ 1,5 bilhão da dívida, que poderia entrar como primária ou secundária na oferta. O BTG deu essa flexibilidade para a Oi poder colocar antes ou depois, como um cheque especial”, destacou Olmos. “Foi importante para a Oi porque ela estava tendo dificuldades na aprovação para fazer emissão de debêntures da InfraCo de R$ 5 bilhões”, completou. Ou seja: se essa emissão de dívida não for realizada, a operadora pode usar a parcela do BTG para “pagar as contas do ano”.

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Do ponto de vista do analista, a proposta do BTG não era apenas a melhor, mas também a única por conta de ter delineado com riqueza de detalhes o caminho operacional e financeiro. Notadamente, se alguma outra companhia desejar entrar na concorrência com o banco pela InfraCo, terá que usar como base o mesmo planejamento.

Porém, há outra particularidade na oferta do BTG: a incorporação da Globenet. A Oi tem uma dívida em dólar pelo contrato de take-or-pay com a companhia de cabos submarinos até 2028. Olmos coloca que a proposta retirou o risco cambial até 2024, convertendo os valores a câmbio fixo, o que também pode ser vantajoso para a operadora. “E tem também os ativos de cabos submarinos, que, segundo a Oi, traz benefícios e sinergias. Acho que é menor, mas tem que ser colocado na equação.”

Previsão

O relatório da UBS também aponta para as possibilidades de crescimento da própria Oi após a venda da fatia de 57,9% na InfraCo. Ao reter o restante do capital, a empresa pode, “sem fazer muito esforço”, ser valorizada, chegando a mais de R$ 50 bilhões em 2023. “Se for trazer a valor presente para o preço da ação da Oi, poderia ficar em mais de R$ 5”, declara Leonardo Olmos.

O entendimento é que, atuando no mercado de infraestrutura de fibra no atacado, a margem EBITDA sairia de 26% atual da Oi para uma margem de 50% ou até 65%, conforme prevê o analista. O relatório ressalta que a valorização da empresa seria de 14.4x o EBITDA em 2022.

A carga regulatória, contudo, é algo ainda a ser considerado. Na semana passada, o conselheiro da Anatel, Carlos Baigorri, destacou que a agência considera que a InfraCo, mesmo depois do eventual negócio com o BTG, continuaria a ser considerada empresa com poder de mercado significativo (PMS), uma vez que a Oi ainda teria controle pela participação acionária relevante na empresa. 

Para Olmos, o fato é novo e precisa ser avaliado, mas há um trabalho dentro da operadora que tem procurado endereçar outros pontos, como os bens reversíveis, separando exatamente que ativo ficaria para a ClientCo. Neste caso, há ainda o impacto reduzido: o tráfego da concessão ocuparia menos de 1% da capacidade da rede da Oi. 

Governança

A possibilidade de Amos Genish, ex-presidente da Vivo e da Telecom Italia e atual membro do conselho do BTG Pactual, comandar a InfraCo também é bem vista pelo mercado. Segundo o analista da UBS, “a parte operacional do histórico de Genish é incontestável por conta da fibra, e a parte com o mercado financeiro é muito boa”.

Há da parte da consultoria uma expectativa de que a InfraCo fique “normalizada” em 2023. Vale notar que a própria Oi já mencionou em janeiro que a companhia nova vai nascer com “vocação para um IPO” – ou seja, oferta pública de ações. 

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