O BNDES, que também é acionista da Telemar, soltou um comunicado ao mercado na noite desta sexta, 25, informando as condições em que o banco participará da reetruturação da tele. Segundo a nota, o banco dará apoio financeiro à operação no valor de R$ 2,569 bilhões. "Cria-se uma nova competidora com rede nacionalmente integrada em telefonia celular e em transmissão de dados, aumentando a concorrência no mercado brasileiro, em benefício dos consumidores e usuários. É claro que tudo isso dependerá da aprovação de mudanças regulatórias pela Anatel, após amplo processo de audiência pública e de discussão com a sociedade¿, disse em nota Luciano Coutinho, presidente do BNDES, um dos principais patrocinadores da operação.
Estrutura final
Ao final do processo, o BNDES passará a deter 16,89% do capital da Telemar. Hoje tem 25%. O banco diz que não usará recursos do FAT nem outras fontes "institucionais" para apoiar a reestruturação. "Portanto, esse apoio em nada comprometerá a capacidade de crédito do BNDES para novos projetos de investimento em infra-estrutura e na indústria", segundo Coutinho. Esta semana a Câmara aprovou a MP 414/2008, que repassa do Tesouro ao BNDES, na forma de empréstimo, R$ 12,5 bilhões para ajudar o banco a atender à demanda por crédito. Os recursos para a Telemar devem vir desse montante.
Salvaguardas
O acordo de acionistas desenhado para a operação, segundo o BNDES, prevê que operações que ponham em risco a estabilidade do controle devem passar pelo crivo do banco. O banco estatal também terá veto qualificado sobre matérias relevantes, como fusões, cisões e reestruturações societárias em geral. O banco ganha ainda direito de preferência e direito de venda conjunta na hipótese de venda a terceiros. A garantia de manutenção dos empregos na empresa após a fusão também está, segundo o BNDES, garantido no acordo de acionistas por um prazo de três anos.