Brisanet vai abrir roaming para operadoras, desde que haja 'reciprocidade'

Roberto Nogueira, CEO da Brisanet. Imagem: Divulgação

O CEO Brisanet, José Roberto Nogueira, afirmou que a empresa está disposta a abrir a rede para roaming de clientes de outras operadoras — desde que haja "reciprocidade". A declaração foi feita durante debate sobre a 2ª Revisão do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), realizado pela Anatel nesta quarta-feira, 26, em Brasília.

"A Brisanet vai abrir, com reciprocidade, roaming para qualquer operadora nas nossas redes pelo mesmo preço, a R$ 1,80, como é hoje", disse Nogueira. De acordo com ele, a proposta vale apenas para empresas de telecomunicações que tenham infraestrutura própria. Ou seja, operadoras móveis virtuais (MVNOs) ficariam de fora. "Na nossa conta, isso vai trazer um equilíbrio", afirmou.

Segundo o CEO, o modelo proposto pela Brisanet exclui explicitamente as MVNOs. Isso seria uma forma de evitar distorções concorrenciais. "Obviamente, não posso fazer isso para as MVNOs. Se não, teremos uma competição igual a que temos hoje em Limoeiro [CE], onde já tem duas MVNOs cobrando R$ 29 por 20 GB. Mais barato que a Brisanet", explicou o executivo.

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Reciprocidade

A reciprocidade no roaming defendida por Nogueria significa que operadoras que utilizam a infraestrutura da Brisanet em determinadas regiões também deverão oferecer as próprias redes para a empresa em áreas onde a cearense ainda não tem cobertura própria. Segundo Nogueira, essa estratégia ajudaria a equilibrar os investimentos da companhia no setor móvel, especialmente em áreas rurais.

Ele lembrou que, em leilões, a Brisanet assumiu compromissos de cobertura (especialmente localidades rurais) e que a implementação dessa infraestrutura está em andamento. "Estamos instalando não só 4G como 5G standalone. Estamos bem avançados", disse.

O CEO da Brisanet também comentou sobre a evolução do roaming no Brasil e os impactos do compartilhamento de redes (RAN Sharing) no passado. Ele destacou que, entre 2017 e 2020, o modelo trouxe prejuízos para cidades pequenas, uma vez que reduziu os incentivos para a instalação de redes próprias. "O Wi-Fi entregou 98% de cada bit trafegado nessas cidades, mas a receita do móvel é maior do que da banda larga fixa", afirmou.

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