A Globo Comunicações e Participações (GCP), registrou queda de receitas em 2020, mas manteve resultado operacional positivo e lucro. A queda de receitas do grupo foi de 11,1% em todos os negócios abarcados na GCP. Em 2020, a GCP teve R$ 12,523 bilhões em receitas, contra R$ 14,090 bilhões em 2019. A holding consolida as principais atividades do grupo, exceto a Editora Globo (responsável pelos veículos impressos) e a Globo Ventures.
Houve um esforço grande de corte de despesas, que caíram de R$ 10,6 bilhões para R$ 9,49 bilhões. Isso compensou em parte a queda de receitas e assim o resultado operacional líquido foi de R$ 366 milhões, contra R$ 573 milhões no ano anterior. O lucro líquido foi de R$ 167,8 milhões, contra R$ 752,5 milhões no ano anterior. Segundo Manuel Belmar, CFO do grupo, declarou ao Jornal Valor, o investimento no ano foi de R$ 4,5 bilhões e a queda de receitas se concentrou sobretudo na venda de publicidade (17% a menos). Esta ainda é a fonte de 60% das receitas da Globo.
A comparação precisa com o ano de 2019, quando os resultados da TV Globo e Internet estavam separados das receitas com conteúdo (TV paga) ficou prejudicada por conta da consolidação de todas as empresas na CGP, ocorrida no começo deste ano.
Nas explicações do balanço, os impactos da pandemia representam a principal justificativa para os resultados, com destaque para a retração do mercado publicitário, o cancelamento de eventos esportivos importantes (Olimpíada, Fórmula 1 e Campeonato Brasileiro), dificuldades financeiras de clientes e impactos no fluxo de produções. As notas destacam contudo o crescimento das plataformas digitais de áudio e vídeo. "Apesar do período turbulento, a Companhia acredita que as ações implementadas criaram valor para todas as partes interessadas da companhia – funcionários, clientes, fornecedores e parceiros. Apesar de todas as incertezas e queda de receita, a Globo conseguiu reduzir custos e despesas em termos gerais e gerar fluxo de caixa operacional positivo", diz o balanço.
