Venda da Oi Móvel ainda está em avaliação, afirma Rodrigo Abreu

Foto: Pexels

A Oi está mantendo seu planejamento estratégico divulgado em meados do ano passado, mas agora começando a ver algumas medidas se concretizando. A principal opção, contudo, está em estágio inicial: a venda da operação móvel. Segundo comentou nesta quinta-feira, 26, durante teleconferência de resultados financeiros de 2019, o CEO da operadora, Rodrigo Abreu, o momento ainda é de avaliação.

Ele ressalta que a "opção estratégica" da venda da Oi Móvel está em andamento na etapa de sondagem do mercado. O CEO declara que isso ajuda a empresa a organizar quais são os ativos, com indicações iniciais do valor e a sinalização de interesse da competição. "Organizamos as informações nos termos do que seria o básico de requerimentos", declara Abreu. "Recebemos mais de uma manifestação ainda sem lance de partes interessadas, e agora estamos fazendo nossa própria análise com nossos advisors para [tomar] os próximos passos", destaca. As partes interessadas publicamente foram a TIM e Vivo, em manifestação conjunta, e a Claro, de forma separada. Desde dezembro, a Oi conta com assessoria financeira do Bank of America Merryl Lynch (BoFA) para o processo.

A ideia é que, uma vez avaliado que a venda da unidade pode trazer um valor significativo para a companhia e para os acionistas, a empresa possa seguir para a próxima fase – esta sim, mais concreta e já recebendo ofertas. "No final, recebemos uma separação formal da unidade, e se a gente achar que faz sentido, isso teria que ser feito com um processo independente, a UPI", explica, citando a alienação parcial por meio da cisão de uma Unidade Produtiva Isolada da empresa-mãe em recuperação judicial. 

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AGC

Conforme discorre o executivo, isso também abrange preocupações com futuras obrigações, ou o cumprimento de obrigações adicionais. Essa possibilidade será discutida na Assembleia Geral de Credores (AGC), ele diz, confirmando que será um dos assuntos a ser tratado na adaptação do plano da RJ abordados no encontro.

A AGC deverá acontecer até novembro, mas esse é o prazo máximo estipulado pelo Juízo da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Segundo a CFO da empresa, Camille Loyo Faria, a ideia é fazer "o quanto antes", mas ela explica que a assembleia só deverá acontecer no segundo semestre. "Estamos trabalhando para realizá-la o mais rápido possível, mas precisamos fazer com cuidado para ter tudo bem preparado", diz.

Outros desinvestimentos

Para o futuro próximo, a empresa espera prosseguir com a venda de torres ainda no começo do segundo trimestre. No final do mesmo trimestre, a operadora espera poder seguir com a venda de data centers. A expectativa é de chegar a um valor de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão.

Por sua vez, o plano de "transformação" da empresa segue em curso – segundo a Oi, 80% do que era previsto para 2020 já foi alcançado. Isso inclui R$ 4,3 bilhões da venda da participação da Unitel. Segundo a CFO, a empresa já recebeu uma quantia de US$ 840 milhões em janeiro deste ano, tendo recebido duas parcelas de US$ 40 milhões cada em fevereiro, faltando ainda mais quatro com o mesmo valor. 

Já os créditos do PIS/Cofins somam R$ 3,1 bilhões, com parcelas mensais de R$ 100 milhões e já em progresso. No caso dos créditos do Sistel, são R$ 669 milhões em distribuição de 36 parcelas de R$ 19 milhões, que foram iniciadas em dezembro.

A companhia já obteve R$ 120 milhões com venda de imóveis, e espera mais cerca de R$ 280 milhões "nos próximos meses". Um dos imóveis, em Santa Catarina, é avaliado em R$ 80 milhões, mas a operadora aguarda a anuência prévia da Anatel para seguir com a operação.

Otimização de Opex

A companhia também espera conseguir uma otimização dos gastos. Afirma que iniciativas de digitalização já trazem economias no ano passado: R$ 224 milhões, totalizando R$ 3,806 bilhões no ano. Desconsiderando os "custos necessários" de marketing para alavancar a fibra e o serviço móvel, houve redução de 6% (totalizando R$ 243 milhões), com um Opex de R$ 3,787 bilhões.

Outras iniciativas para 2020 incluem impacto de R$ 650 milhões até R$ 1,050 bilhão com os esforços combinados. Há perspectiva de impacto de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões em vendas e marketing com a simplificação de portfólio e foco em vendas digitais, além do encerramento das ofertas de cobre. Em organização e processos, a companhia focará em mudanças com a transformação digital, foco em atacado e franquias, com revisão de processos e implantação de iniciativa de automação. O impacto esperado é de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões. 

No suporte aos negócios, a empresa tem um projeto de cadeia de fornecimento já em andamento desde o começo do ano, além de funções comuns por toda a operação e iniciativas de redução de back office e de eficiência energética. Com isso, esperam impacto de R$ 150 milhões a R$ 300 milhões. Com o TI, a expectativa é de reduzir projetos legados e interrompendo adições em cobre. Além disso, prevê aumento de 50% em projetos ágeis, aumentando o foco em "New IT stack" e fibra. O impacto esperado é de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões. 

Na frente das redes e operações, o objetivo é otimizar o desligamento de acessos de cobre e de DTH, acelerando a migração para a fibra. Assim, espera ter Capex e Opex ajustados para reduzir os esforços nessa infraestrutura legada. A expectativa é de um impacto de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões. 

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