Vivo: ainda é cedo para cravar custo de migração da concessão

Apesar de ter projetado R$ 4,5 bilhões para execução de projetos relacionados à migração do regime de telefonia fixa de concessão para autorização, a diretoria da Vivo reconheceu que ainda é cedo para cravar quanto terá que desembolsar para cumprir os termos do acordo.

O CEO da Vivo, Christian Gebara, disse, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 26, que "é muito cedo para falar da eficiência na execução dos compromissos" e que a empresa está concentrada "na formalização final do acordo".

O VPL (Valor Presente Fixo) estimado de R$ 4,5 bilhões em até dez anos foi adiantado por TELETIME em dezembro passado, quando da assinatura do termo de autocomposição para migração do regime de telefonia fixa, e confirmado pela operadora em seu balanço financeiro do quarto trimestre de 2024, divulgado na terça-feira, 25.

Notícias relacionadas

"Esses R$ 4,5 bilhões incluem opex e capex. Temos investimentos em cinco anos e dez anos, temos cobertura móvel, backhaul de fibra, continuidade da prestação dos serviços até 2028 em 373 localidades onde somos o carrier of last resort – o que está incluído nesse número também. E também temos 20 anos de opex para manutenção desse investimentos. Tudo isso está incluído nesse VPL", afirmou Gebara.

"Vamos nos estruturar para começar a atuar no que temos que cumprir, porque é muito cedo para a gente dar uma perspectiva de quanto desse valor calculado vai ser a realidade da execução", reforçou Gebara. "É um período de tempo longo e, com certeza, há evoluções tecnológicas que podem surgir, inclusive [gerando] outro tipo de eficiência em nossa operação", acrescentou.

Migração de clientes

O executivo garantiu que o processo de migração do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) começa neste ano, com a transferência "de clientes que hoje estão no cobre para a fibra". Sem apresentar detalhes, apontou, em conferência com analistas após a coletiva de imprensa, que a tele tem um plano de quatro anos para acelerar a migração de tecnologias.

No balanço financeiro, a Vivo apontou que, ao longo do processo de migração do regime de telefonia fixa, deve transferir 1,2 milhão de clientes que usam a rede de cobre para outras tecnologias, sobretudo a fibra.

Venda de cobre e liberação de imóveis

Nesse processo, a empresa também planeja vender aproximadamente 120 mil toneladas de cobre, além de vender ou cancelar contratos de aluguéis de centrais e imóveis usados na operação da telefonia fixa – 50% das 1.900 propriedades devem entrar no jogo.

Em análise sobre os resultados financeiros da Vivo, analistas do BTG Pactual destacam que "a venda de 120 mil toneladas de cobre deve trazer receitas extras não recorrentes e gerar economia de custos, incluindo despesas menores com aluguel de postes".

Os especialistas da instituição financeira ainda apontam que o VPL da migração do STFC deve ficar entre R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões – portanto, inferior ao indicado pela operadora.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!