A operadora de satélites SES divulgou nesta quarta-feira, 26, o balanço referente ao ano de 2024 e ao quarto trimestre. No consolidado do ano, a empresa registrou receita de 2 bilhões de euros, patamar que representa uma ligeira queda (-1%), próxima à estabilidade.
A dinâmica foi afetada pelas perdas de negócios na divisão de mídia (-5,3%) em mercados considerados mais maduros – a vertical teve receita de 914 milhões de euros no ano. Por outro lado, a divisão de redes registrou um crescimento expressivo na receita no ano passado (+9,6%), somando 1,08 bilhão de euros.
Nas redes, houve alta nos segmentos governamentais (+6,4%) e de mobilidade (+7,1%). O contraponto da unidade foram os negócios com dados fixos (-8,7%), afetada pelo reconhecimento da receita periódica em 2023, que afetou a base de comparação.
"O nosso desempenho financeiro em 2024 demonstra claramente que a nossa estratégia evoluída está trazendo resultados. Nosso foco absoluto na execução e na eficiência operacional gerou uma receita no limite superior de nossa previsão e um EBITDA ajustado acima da meta, estabelecendo uma base sólida para impulsionar o crescimento lucrativo, a geração sustentada de fluxo de caixa livre e a criação de valor sustentável e de longo prazo para os acionistas", afirmou o CEO da SES, Adel Al-Saleh, no balanço.
O executivo também ressaltou os avanços significativos na aquisição "transformacional e de alto valor" da Intelsat, companhia adquirida em abril do ano passado por 2,8 bilhões de euros. À época, a SES estimou que 85% das sinergias poderiam ser atingidas em relação ao valor da operação, e que a nova empresa teria uma receita de 3,8 bilhão de euros. "Reafirmamos todas as metas financeiras previamente anunciadas para a empresa combinada."
Sobre os negócios de mídia, a companhia diz que o desempenho ocorreu "conforme o esperado o esperado, com um resultado estável em nosso importante negócio na região DACH (Alemanha, Áustria e Suíça) e crescimento de dois dígitos em esportes & eventos". Neste sentido, ressalta que foram garantidos 650 milhões de euros em renovações e novos contratos com grandes clientes de radiodifusão, como Sky, RTL, QVC, Warner Brothers Discovery, ORS/ORF e ProSiebenSat.1.
Négocios
Na divisão de redes, a empresa ressalta que o desempenho positivo ocorreu pelo terceiro ano consecutivo. Segundo a SES, a vertical foi fortalecida no último ano com a operação comercial da constelação O3b mPower.
"Executamos um pipeline comercial sólido, com 760 milhões de euros em contratos assinados, incluindo acordos importantes com a OTAN, o governo dos EUA, Thai Airways, Turkish Airlines, Virgin Voyages, Telebras, Orange, entre outros. Também ficamos muito satisfeitos em garantir o contrato como parceiro de confiança para a rede soberana de conectividade IRIS2, que se tornará a rede multi-órbita de referência na Europa", disse Al-Saleh.
Para 2025, os planos incluem a expansão da consteção O3b mPower, com a entrada em operação dos satélites 7 e 8 e os lançamentos dos satélites 9, 10 e 11, e a conclusão da aquisição da Intelsat.
Ebitda e lucro líquido
No ano de 2024, o Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização ajustado (Ebitda) da SES foi de 1,028 bilhão de euros, também praticamente estável.
O indicador foi impactado por encargos de reestruturação (63 milhões de euros), custo de M&As (55 milhões de euros) e outros encargos não recorrentes (3 milhões de euros). A margem do Ebitda ajustado ficou em 51%.
Assim, o lucro líquido ajustado somou 126 milhões de euros, patamar que representa uma perda considerável (-41,3%), por conta do aumentos da depreciação e amortização, bem como das despesas com Imposto de Renda.
"Esse impacto foi parcialmente compensado pelo maior Ebitda Ajustado, pela redução nos custos líquidos de financiamento, que foram de 3 milhões de euros (versus 42 milhões de euros em 2023), e por outros rendimentos líquidos não operacionais de 21 milhões de euros (que foi zero no ano anterior)", diz a SES.
Desempenho no trimestre
No quarto trimestre de 2024, a receita da companhia teve um recuo um pouco menor que no acumulado do ano (-0,5%), totalizando 526 milhões de euros. O período entre outubro e dezembro também foi marcado pela queda na receita na divisão de mídia, mas em ritmo um pouco mais lento (-4,5%),
Já a performance da divisão de redes na janela trimestral foi similar ao consolidado do ano (+2,8%), para 298 milhões de euros. Enquanto as receitas dados fixos voltaram a ter queda (-11,5%), mais uma vez os destaques foram os negócios governamentais (+4%) e de mobilidade (+13,1%).
Por fim, o Ebitda ajustado da operadora no quarto tri foi de 253 milhões de euros, com margem de 48%.