A Vivo decidiu expandir a sua rede 5G conforme a disponibilidade de smartphones compatíveis com a tecnologia nas mãos dos consumidores. A estratégia foi revelada pelo CEO da operadora, Christian Gebara, em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira, 26, após a divulgação dos resultados financeiros do ano passado.
"A estratégia é seguir a penetração dos smartphones. Não adianta colocar uma cobertura ampla sem penetração", afirmou o executivo.
Atualmente, o 5G da operadora está disponível em 504 cidades onde vivem 61,3% da população brasileira. A Vivo, vale lembrar, encerrou 2024 com 16 milhões de usuários na rede móvel de quinta geração, liderando os acessos na tecnologia.
Para acelerar a expansão da base do 5G, Gebara defende que as políticas de inclusão digital integrem a reforma tributária. Em sua visão, é preciso reduzir a tributação sobre smartphones para que a população de menor renda tenha acesso à geração celular mais moderna.
"Quando falamos em inclusão digital, falamos de cobertura, acesso a dispositivos e letramento. A parte de cobertura, estamos cumprindo inclusive, acima dos editais. No letramento, há carências no País. E o dispositivo é tributado, assim como o nosso serviço. Então, temos a expectativa de que a reforma leve em consideração que o dispositivo é um habilitador da inclusão digital", argumentou o CEO.
Ainda sobre 5G, o executivo destacou que 92% dos smartphones vendidos em lojas da Vivo são compatíveis com a tecnologia e que a empresa tem se esforçado para ampliar a cobertura em zonas rurais, em áreas com demanda B2B.
Expansão na fibra
Na banda larga fixa, o CEO da Vivo destacou que a empresa tem "flexibilidade de caixa" para avaliar oportunidades de fusão e aquisição (M&A). O foco da empresa em 2024 foi na aquisição de empresas de serviços digitais, e não em rede.
No entanto, "não chegamos a nenhum ativo que pudesse ser interessante quanto à presença de rede e sobreposição com a nossa, qualidade técnica da rede e, com certeza, preço versus a construção de rede própria", reiterou.
Em 2024, a Vivo adicionou 784 mil clientes à rede de FTTH, encerrando o ano com aproximadamente 7 milhões de assinantes atendidos por fibra óptica e 29 milhões de casas passadas (residências que podem contratar o serviço).
Gebara lembrou que, apesar de ser líder em acessos na tecnologia, a empresa tem menos de 20% do market share, o que "nos dá uma possibilidade grande de ser um agente consolidador". Contudo, não descartou expandir o serviço de Internet fixa de forma orgânica ou por meio de parcerias com redes neutras.
"Se [essa expansão] vai ser através de crescimento nosso, [via] FiBrasil, aluguel de rede neutra de algum terceiro ou compra [de provedor], é parte da estratégia que vamos definir nos próximos trimestres", indicou o executivo.