De acordo com a Anatel, 13 provedores de pequeno porte (PPPs) brasileiros contam com faturamento anual superior a R$ 300 milhões. Os dados são de um balanço da Anatel sobre a atividade econômica dessas empresas, que analisou 7,3 mil companhias de banda larga espalhadas pelo País.
Na prática, isso significa que mesmo que essas 13 empresas ainda sejam consideradas PPPs, elas se destacam dentro do segmento, dentro do qual podem ser consideradas grandes. As informações de faturamento do relatório se baseiam em levantamento do BNDES.
Entre as "grandes PPPs", destacam-se nomes como Brisanet, Algar Telecom, Giga Mais, Vero, Unifique, Desktop, Ligga e Brasil Tecpar, nota a reguladora.
O relatório aponta ainda que, das 7.293 empresas que encaminharam dados econômico-financeiros ou informações sobre número de acessos, 90% delas, algo em torno de 6,6 mil empresas, se enquadram como Pequenas ou Microempresas.
Destas, cerca de 3,3 mil possuem faturamento anual de entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões (pequenas), ao passo que outras 3,3 mil ainda faturam até R$ 360 mil, sendo consideradas micro.
Já as PPPs chamadas de médias são formadas por um grupo de 569 empresas. Elas recebem essa nomenclatura porque dispõem de um faturamento anual maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões.
Participação na receita
Os 13 grandes PPPs, embora representem uma minoria em quantidade, concentram uma fatia expressiva da receita desse segmento.
No segundo trimestre de 2024, por exemplo, essas operadoras responderam por 35% da receita líquida operacional Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) dos provedores de pequeno porte do País. Essa parcela cresceu no período de 18 meses acompanhado pela Anatel.
A classificação como prestadoras de pequeno porte é definida pelo Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), que considera a participação de mercado, e não o faturamento: são PPPs aquelas com participação de mercado inferior a 5% em cada mercado de varejo em que atuam. Isso explica por que empresas com receitas anuais relevantes ainda são enquadradas como PPPs.
Já no caso do tráfego, o grupo de 13 PPPs maiores é responsável por metade do volume trafegado pelo conjunto de pequenas operadoras, indica o relatório da Anatel – que tem buscado refinar a qualidade das bases de dados sobre o segmento.
Estados
Além das análises de receita pelo porte das empresas, o relatório menciona a importância das PPPs na universalização e democratização do acesso à banda larga fixa.
"Em estados da região Nordeste do Brasil, como por exemplo Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Piauí, as empresas consideradas como PPPs são responsáveis por cerca de 70% a 80% do total da ROL registrada pelo SCM nestas áreas".
De acordo com a Anatel, esse desempenho é reflexo da atuação dessas empresas em nichos regionais ou segmentos específicos do mercado, como áreas remotas, zonas rurais, periferias urbanas e pequenos municípios, locais menos atrativos para as grandes operadoras.
O Rio Grande do Norte e o Ceará são as unidades federativas onde as PPPs respondem pela maior participação da ROL do setor. Nestes mercados, há forte presença da Brisanet. Por outro lado, no estado de Roraima e no Distrito Federal, essa fatia não chega a 15%.