A promessa do presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, feita em outubro do ano passado, de que a operadora anunciaria o roll-out de small cells no início de 2014 se cumpriu. A tele e a Alcatel-Lucent (ALU) anunciaram na manhã desta quarta-feira, durante o Mobile World Congress (MWC) 2014 em Barcelona, o início da implantação de femtocells integradas à rede 3G da operadora. O contrato de três anos é parte da estratégia da TIM para redes heterogêneas (HetNet), que inclui nesse conceito as macrocélulas, microcélulas, picocélulas, femtocells e Wi-Fi. "Cremos que o tráfego de dados vai se multiplicar 2,5 vezes em 2014. É um crescimento muito grande e para sustentar isso só com uma arquitetura HetNet", justifica o diretor de redes móveis da TIM, Marco Di Costanzo.
A ALU fornecerá femtocells 3G de 1W de potência e gozarão da desoneração do Fistel e a estratégia da TIM é instalar os equipamentos em clientes empresariais. "Essa primeira fase é indoor com clientes corporativos para offload e também para ampliar a cobertura 3G em áreas de sombra ou subsolos, por exemplo. Entre 70% e 80% das chamadas hoje se fazem em ambientes indoor", conta Costanzo. A primeira etapa optou pelas femto não apenas pela desoneração, mas também por se tratrem de equipamentos plug-and-play de fácil instalação.
Segundo o vice-presidente de contas internacionais da ALU, Luiz Tonisi, são três modelos de femto – Enterprise Cell 9362, Homecell 9361 e Metrocell Outdoor 9364 (para até oito, até 16, ou até 32 chamadas simultâneas de voz ou dados) – que utilizarão a banda larga do cliente e serão gerenciadas por gateways que podem conectar até dez mil femtocells. Em se tratando do modelo Metrocell Outdoor 9364, para atendimento outdoor, a operadora utilizará o próprio backhaul para conectar a antena.
Segundo o executivo da TIM, serão instaladas agora apenas femtocélulas 3G. O uso desses equipamentos para 4G só será adotado quando houver tráfego de dados em LTE o suficiente para justificá-lo. O modelo de negócios não prevê custo adicional para os clientes da operadora. "O equipamento é da TIM, como os da (rede) macro. Não cobraremos a mais por isso", diz Costanzo. Ele ainda ressalta que as femto não substituem a necessidade das estações radiobase convencionais que compõem a rede macro da TIM: "o mercado brasileiro ainda precisa de site, a densidade ainda é muito baixa".