O Governo dos Estados Unidos reuniu na última sexta-feira, 22, representantes da Casa Branca e executivos das empresas de telecomunicações do país para avaliar um incidente de "espionagem cibernética" que teve como vítimas operadoras norte-americanas.
O encontro ocorreu após o FBI e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA, na sigla em inglês) divulgarem, em meados de novembro, a descoberta de uma "ampla e significante campanha de espionagem cibernética". O governo chinês foi acusado de estar por trás do incidente.
Estiveram presentes na reunião recente o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e a conselheira adjunta de Segurança Nacional para Cibersegurança e Tecnologias Emergentes do país, Anne Neuberger. Não foram informadas quais operadoras participaram do encontro.
"A reunião foi uma oportunidade para ouvir os executivos do setor de telecomunicações sobre como o governo dos Estados Unidos pode colaborar e apoiar o setor privado no fortalecimento contra ataques sofisticados de Estados-nação", informou a Casa Branca.
Na época da revelação do incidente, o FBI e a CISA afirmam que pessoas afiliadas à China teriam comprometido as redes de várias empresas de telecom para permitir o "roubo de dados de registros de chamadas de clientes", a "violação de comunicações privadas de um número limitado de indivíduos" – sobretudo envolvidos em atividades governamentais ou política – e a "cópia de informações que estavam sujeitas a solicitações de órgãos de aplicação da lei dos Estados Unidos".
Ao jornal The Washington Post, o democrata Mark Warner, presidente do Comitê de Inteligência do Senado norte-americano, classificou a ação como "o pior ataque hacker no setor de telecom da história do País". "Essa ação se trata de um esforço contínuo da China para infiltrar-se em sistemas de telecomunicações ao redor do mundo e extrair", alegou ele.
Por outro lado, o porta-voz da embaixada chinesa em Washington, Liu Pengyu, rebateu o posicionamento das autoridades norte-americanas. "Há bastante tempo, o lado dos EUA vem espalhando todo tipo de desinformação sobre ameaças de 'hackers chineses' para atender a seus próprios propósitos geopolíticos", declarou Pengyu, segundo a agência de notícias Reuters.
Agora, a expectativa das autoridades é ter mais detalhes sobre os problemas apurados, conforme as investigações avancem. "O Departamento Federal de Investigação (FBI) e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura continuam a prestar assistência técnica, compartilhar informações rapidamente para ajudar outras potenciais vítimas e trabalhar no fortalecimento das defesas cibernéticas no setor de comunicações comerciais", afirmaram.