A operadora satelital norte-americana Viasat utilizará o foguete Falcon Heavy, da SpaceX, para lançar o satélite de classe ViaSat-3. A companhia anunciou nesta quinta-feira, 25, o contrato com a empresa do bilionário Elon Musk, e declarou que a missão está prevista para acontecer "entre 2020 e 2022". O lançamento deverá ser a partir do complexo 39A no Centro Espacial Kennedy, da Nasa, na Flórida (Estados Unidos).
A escolha do foguete Falcon Heavy aconteceu pela "capacidade de voar em uma missão de injeção quase direta, inserindo o satélite ViaSat-3 extremamente próximo da órbita geoestacionária". Com isso, a operadora espera que o satélite possa começar os testes em órbita logo após o lançamento, em vez de ter que esperar semanas ou meses apenas executando manobras para alcançar a órbita desejada.
O foguete da SpaceX foi escolhido para apenas uma missão, contudo, e a Viasat não revelou qual. Os primeiro satélite da classe ViaSat-3 deverá cobrir as Américas, com o segundo encarregado de realizar a cobertura da Europa, Oriente Médio e África. Já o terceiro cobrirá a região da Ásia-Pacífico. Os artefatos de banda Ka da companhia deverão entregar mais de 1 Tbps de capacidade de rede, com possibilidade de direcionar dinamicamente a capacidade para os clientes.
A companhia diz que a escolha da SpaceX com o Falcon Heavy é "o próximo passo" para a implantação da estratégia de lançamento para o programa ViaSat-3. A ideia é garantir um cronograma pontual por meio da escolha de diferentes veículos lançadores e uma abordagem "sistêmica e integrada" no planejamento. A Viasat deverá anunciar os demais foguetes e detalhes da missão em "futura data".
Vale lembrar que o foguete de larga escala Falcon Heavy deverá ter o primeiro lançamento comercial em novembro. O veículo tem 70 metros de comprimento, capacidade de levar 10 toneladas para órbitas GEO (e 63,8 toneladas para LEO) e é tido pela SpaceX como o mais poderoso do mundo, com uma aceleração de decolagem próxima de 18 vezes a de um jato 747. Assim como o Falcon 9, ele também é reutilizável, o que significa um custo menor por quilograma. A expectativa é que no futuro a aeronave possa fazer lançamentos em intervalos regulares. O primeiro voo de testes do Falcon Heavy enviou em fevereiro deste ano uma carga da Nasa, além de um veículo da Tesla, fabricante automotivo também de Elon Musky.