MPA pede controle contra pirataria nas redes digitais

A Motion Picture Association (MPA, associação dos maiores estúdios norte-americanos) está preocupada com a proteção do conteúdo dos seus associados na TV aberta brasileira a partir da sua digitalização.
A atenção especial tem motivos: o Brasil é apontado pela entidade como o maior mercado dos estúdios no hemisfério, e onde a pirataria rende quase US$ 200 milhões de prejuízo à indústria – deste montante, 85% correspondem à pirataria no mercado de DVD – 55% nas ruas e 30% nos sites de leilão.
Sobre a digitalização da TV aberta, de acordo com Bob Pisano, presidente da MPA que está esta semana no Brasil, não se trata de preferência por este ou aquele padrão, mas sim da preocupação de que se tenham mecanismos de proteção ao conteúdo. ?A digitalização apresenta oportunidades importantes, mas o perigo é que a tecnologia evoluiu tanto que, caso não haja codificação, qualquer um poderá colocar o sinal na web e virar um broadcaster?, afirma Pisano. Para a MPA, o problema da pirataria está globalizado, mas o seu combate requer ações cada vez mais localizadas.

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Steve Solot, vice-presidente da MPA para a América Latina e que fica baseado no Brasil, explica que o alvo não é o usuário residencial que vise gravar um conteúdo para uso próprio, mas sim aquele que busque fazer sua distribuição na Internet. Neste sentido, a MPA aponta duas preocupações: a falta de criptografia na geração dos sinais e a existência de saídas para conexão digital no set-top box da TV digital. Para a solução do primeiro caso, a MPA apresenta a solução do Japão, onde há codificação na fonte dos sinais de TV. A MPA também destaca a solução adotada nos EUA, em sistema incluso no receptor digital, que propicia uma proteção chamada "broadcasting flag".
O problema da pirataria é amplificado pela TV paga. Como o padrão de TV digital de cada operadora de TV paga é diferente, e nenhuma utiliza o mesmo padrão da TV aberta, a proteção sobre o conteúdo teria que ser "traduzida" para a realidade tecnológica de cada rede.

Janelas

A MPA também se posiciona contra a regulamentação do mercado na questão das janelas de exibição ? o prazo entre o lançamento dos filmes do cinema ao DVD. A proposta de regulamentação está sendo colocada pela Ancine, agência brasileira responsável pelo setor audiovisual.
?A solução não é limitar as janelas, mas sim fazer a experiência de ir ao cinema mais atraente ao público?, afirma o executivo da associação. Ele lembra que desde o início da indústria foram os produtores e distribuidores que decidiram a seqüência de exibição dos seus conteúdos nas diversas mídias. ?Isso tem mudado porque a nova geração é quem escolhe o seu tempo e temos de mudar os modelos para continuar no mercado?. Para a MPA, quem não respeita as janelas são os piratas.

Nos EUA

Vale notar que nos EUA as principais empresas de mídia (muitas delas ligadas à MPA) estão, cada vez mais, colocando seus conteúdos disponíveis na Internet. Ainda que haja algum controle sobre estes conteúdos, a prática contribui tremendamente para a pirataria, que começa a não ser vista como um problema em si pela indústria, mas como uma realidade a ser enfrentada. Por lá, o que os estúdios têm buscado são formatos publicitários compatíveis com estes novos tempos.

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