Telefônica lança acesso grátis à Internet

A Telefônica testa novas alternativas para incentivar o aumento do tráfego de Internet em sua rede. A partir do próximo dia 29, a empresa inicia operações em escala piloto de um serviço de provimento de Internet grátis, o iTelefônica (por meio da subsidiária Telefônica Assist), além da concessão de descontos de 15% no valor do pulso e tarifas planas, de R$ 15 a R$ 25, para ligações feitas para conexão à rede. Pelo menos nos próximos três meses, os serviços serão restritos à região de São Carlos, composta por dez cidades, onde calcula-se a existência de 30 mil a 50 mil usuários de Internet. A empresa aguarda os resultados dos testes e também a definição das regras da Anatel quanto aos modelos de acesso e de interconexão para provimento de Internet a fim de decidir se expandirá o acesso grátis e quais os valores dos descontos para outras cidades de sua área.
Os descontos e a tarifa plana têm como objetivo diminuir as barreiras do uso da rede a usuários mais sensíveis a gastos com os pulsos telefônicos. Já o iTelefonica deverá ser oferecido, tanto dentro quanto fora da área da Telefônica (Estado de São Paulo), como forma de a operadora proteger-se contra o sumidouro de tráfego proporcionado pelas regras atuais de remuneração de uso de redes locais, admite o diretor-geral da empresa, Manoel Amorim.
Com isso, a operadora pretende se igualar às demais concessionárias de telefonia local (Brasil Telecom e Telemar), além da espelho GVT, que investiram na instalação de provedores gratuitos de acesso em suas redes para aumentar o faturamento com tráfego gerado por internautas e pela cobrança de interconexão em ligações geradas por outras operadoras.

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Segundo as regras da Anatel, as prestadoras de serviço local devem pagar taxas compensatórias em ligações de voz e conexão à Internet feitas a partir de sua rede para a operadora local que terminá-la em situações em que o tráfego originado exceder o terminado além de 55%. Ocorre que a determinação, na visão das concessionárias, só deveria valer para as chamadas de voz, uma vez que na relação entre um assinante e seu provedor o sentido das chamadas é único, da rede de quem faz a conexão à rede onde está o provedor. Desta forma, enquanto a Anatel não muda esta regra, as operadoras defendem-se oferecendo o acesso gratuito dentro de sua rede.
Como observa o diretor-geral da Telefônica, considerando-se que a operadora que gera mais tráfego do que recebe paga R$ 0,07 por minuto de ligação, à noite (momento em que se realiza 60% do tráfego à Internet), ao cobrar apenas um pulso de R$ 0,10 por ligação, ela acaba arcando com a maior parte do custo da chamada.
?Esperamos conquistar 50% do tráfego gratuito da base atingida por nossos testes em dois meses?, diz Amorim. E, segundo ele, a meta também valerá para outros mercados que eventualmente sejam atendidos pelo mesmo serviço. ?Não estaríamos lançando este serviço se a Anatel já tivesse definido o modelo de tarifação de acesso à Internet?, observa ele. Na região de São Carlos, a Telefônica reservou uma verba de marketing de R$ 2,5 milhões para divulgar o acesso Internet grátis. Amorim diz que a empresa pretende alcançar seus objetivos a partir do investimento em mais portas por usuários, de tal forma a garantir melhor qualidade de acesso que os oferecidos por outros provedores gratuitos.

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