Disponibilizada pela Anatel para a implementação de redes privativas de 5G pela indústria, a faixa de 3,7-3,8 GHz recebeu um número bem reduzido de solicitações de uso até o momento, segundo o superintendente de outorga e recursos à prestação da agência, Vinicius Caram.
"A gente aposta e o setor [industrial] brigou muito para ter a opção de espectro para redes privadas em 5G. Foi disponibilizada e não leiloada a faixa de 3,7-3,8 GHz, que poderia ser facilmente leiloada por bilhões de reais, mas nós temos até o momento se não me engano apenas três ou quatro pedidos de 5G para rede privadas", sinalizou Caram, em evento nesta quinta-feira, 25.
Segundo a agência, não era esperado um interesse tão "tímido" pela implementação de redes privativas no espectro, que tem a experiência da Alemanha como referência da adoção da faixa pelo segmento industrial. Para Caram, uma das razões para a baixa procura são as indefinições sobre o modelo de operação.
"Eu opero a rede, contrato alguém para operar ou uso modelo híbrido? Esse é o desafio para a indústria e integradores", apontou o superintendente, durante o evento sobre Internet das Coisas (IoT) organizado pela Everynet em São Paulo.
Na ocasião, outras faixas de espectro que podem em breve ser disponibilizadas para a indústria também foram lembradas. Entre elas, o 450 MHz "que está sendo tomado das operadoras que não fizeram uso apropriado" e o 410 MHz, que dependeria de atualização no Plano de Atribuição, Destinação e Distribuição de Faixas de Frequências (PDFF) da Anatel.
WiFi 6E
O mesmo aviso feito por Caram em relação ao 3,7-3,8 GHz também valeu para o WiFi 6E, que teve a faixa completa de espectro em 6 GHz destinada para uso não licenciado. Segundo o superintendente, alguns produtos da Cisco já foram certificados para utilização B2B, mas ainda não foram constatados movimentos da indústria para uso da opção em projetos de IoT.