Controladora da Vivo, a Telefónica atraiu duas sócias para uma nova empresa de redes neutras de fibra óptica em áreas rurais da Espanha. Batizada como Bluevia, a operadora de FTTH terá o fundo Vauban Infrastructure Partners e a Crédit Agricole Assurances como investidoras.
O consórcio formado pela dupla deve pagar 1,021 bilhão de euros por fatia de 45% na Bluevia, enquanto o grupo de telecom manterá os demais 55% e o controle da operação. A porcentagem majoritária será dividida entre as subsidiárias Telefónica Infra (25%) e Telefónica Espanha (30%).
A nova empresa de redes neutras nasce com 3,5 milhões de casas passadas (HPs) com fibra e objetivo de alcançar 5 milhões de lares endereçáveis até 2024, sobretudo em localidades rurais de baixa densidade populacional ou que não contam com oferta de infraestrutura.
Com o investimento das novas sócias, a Bluevia fica valorada em 2,5 bilhões de euros, ao passo que as 3,5 milhões de HPs a serem vendidas pela Telefónica representam 13% da rede FTTH do grupo na Espanha. A transação depende de autorizações de reguladores e tem fechamento previsto para o final de 2022.
A aposta na Bluevia se conecta com o compromisso da dona da Vivo de desligar sua rede de varejo de cobre na Espanha até 2024, acelerando a implantação de FTTH no país europeu. Também reitera o interesse do grupo em parceiros para investimentos em nova infraestrutura.
De origem francesa, a Crédit Agricole Assurances une as subsidiárias de seguros do banco Crédit Agricole. Também da França, o Vauban Infrastructure Partners é afiliado da Natixis Investment Managers (dedicada a investimentos em ações de infraestrutura sustentável) e já levantou 7,2 bilhões de euros para aportes em 17 países.
"Com este novo empreendimento, a Telefónica Infra passa a contar com veículos FTTH na Espanha, Alemanha e Brasil, juntamente com as unidades operacionais da Telefónica em cada um desses países e em parceria com instituições de primeira linha como Crédit Agricole Assurances/Vauban, Allianz e o CDPQ, respectivamente", apontou o CEO do braço de infraestrutura da Telefónica, Guillermo Ansaldo.
No Brasil, os canadenses do CDPQ são sócios do grupo na FiBrasil, empresa de redes neutras que iniciou operação comercial em 2021. A operadora mira cidades de tamanho médio fora do estado de São Paulo para os investimentos em FTTH.