Formando uma constelação de satélites em baixa órbita (LEO) para conectividade, a operadora canadense Telesat celebrou um acordo com o governo de seu país e vai receber US$ 85 milhões para investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), além do compromisso inicial da contratação pelo Canadá de até US$ 600 milhões em capacidade durante dez anos.
A cifra é metade do montante (US$ 1,2 bilhão) que a Telesat espera gerar comercialmente com a constelação LEO durante o intervalo. A banda larga deve estar operacional em 2022 na região do extremo norte do Canadá e em 2023 em todo o país, ofertada por 298 artefatos em alturas “trinta e cinco vezes menores que satélites tradicionais” – ou a 2 mil km ou menos do planeta. O primeiro satélite já foi lançado, realizando inclusive uma demonstração de conectividade 5G em abril.
Os US$ 85 milhões em recursos para P&D virão do Fundo de Inovação Estratégica (SIF) do governo canadense. Entre as contrapartidas estão a criação de 500 empregos, o investimento de US$ 215 milhões nos próximos cinco anos e a promoção pela Telesat de carreiras STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e de oportunidades educacionais para mulheres.
Há cerca de 2,3 milhões de residências no Canadá sem acesso à Internet de altas velocidades, sobretudo por conta da dificuldade para instalação de fibra ótica em áreas remotas do país – o segundo maior do mundo em extensão geográfica. No orçamento deste ano, o governo liderado por Justin Trudeau estabeleceu que, até 2030, todas as casas canadenses tenham acesso a 50 Mbps de velocidade de download e 10 Mbps de upload. Até 2026, a meta é 95%. A Telesat deve trabalhar ao lado de ISPs locais para atender as demandas.
Em janeiro, a operadora também fez acordos com subsidiárias da Google e da Amazon visando o desenvolvimento dos serviços. Empresas como a SpaceX e a OneWeb (que abriu nesta semana uma fábrica de artefatos de baixa órbita ao lado da Airbus) também estão se posicionando no nicho de satélites LEO de conectividade.