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Estratégia da Telecom Italia para o Brasil será mantida com novo CEO

A Telecom Italia aposta na continuidade da estratégia do plano industrial de sua subsidiária TIM Brasil com a saída de Stefano De Angelis e a chegada de Sami Foguel. Segundo o CEO do grupo italiano, Amos Genish, em teleconferência de resultados nesta quarta-feira, 25, a experiência do novo executivo em outros setores era algo que a operadora brasileira estava buscando. “A primeira coisa de Sami é que ele tem visão diferente ao ver o consumidor do que o geral de telecom, e acho que é exatamente o que precisamos na TIM Brasil para construir uma marca vencedora e ser a melhor operadora móvel do País”, declarou o ex-presidente da Telefônica e da GVT.

O CEO da Telecom Italia garantiu que Foguel vai continuar a implantar o plano estratégico iniciado por De Angelis no começo do ano. De qualquer forma, o executivo volta ao Brasil pelo menos uma vez por mês para acompanhar o desenvolvimento da subsidiária. “É muito importante para nós, está construindo valor significativo, vimos dividendos aumentando no Brasil, triplicando neste ano comparado ao ano passado, então é claro que para nós é um ativo muito importante e está num ritmo forte.”

A busca pelo novo CEO da operação brasileira durou seis meses. Na visão do controlador italiano, Foguel endereça todas as especificações que a companhia buscava. “Ele tem capacidade de desenvolver e adaptar estratégias, é muito analítico e tem habilidades de operação com a Azul [companhia aérea onde foi CEO]; operação é algo que ele executa muito bem”, destacou Genish.

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O executivo reiterou que a saída de Stefano De Angelis foi pelo fim do contrato e o desejo de voltar à Itália, mas que sua atuação à frente da TIM no Brasil foi bem vista, especialmente em decorrência do “turnaround bem sucedido”. Na visão de Genish, a operadora brasileira é uma empresa bem diferente de dois anos atrás, melhor posicionada no mercado pós-pago e com a marca fortalecida.

Venda de ativos para se preparar para 5G

Para o restante do ano em sua operação doméstica, o conselho de administração da Telecom Italia examinou as implicações financeiras que poderiam acontecer após a participação da companhia em um leilão de frequências para 5G. Assim, começou um processo de avaliação de opção relacionada às suas subsidiárias, considerando que a venda da empresa de radiodifusão italiana Persidera deveria continuar. É esperado que o leilão do regulador italiano para espectro levante perto de 500 milhões de euros, segundo a imprensa internacional. Segundo Amos Genish, apenas ativos não considerados de núcleo seriam desinvestidos. “Qualquer outro ativo identificados como non-core não serão estratégicos, mas hoje o único é a Persidera, não temos nenhum outro”, declarou.

Sobre uma possível fusão com a operadora italiana Open Fiber, Genish disse que o compartilhamento de infraestrutura para a cobertura FTTH na Itália “faz sentido”, mas reitera que “a Telecom Italia sozinha é um negócio viável”. Ele diz que, institucionalmente, “a empresa está em posição de cooperar com a Open Fiber para atingir as metas de maior cobertura de ultra banda larga de acordo com as regulações da União Europeia”, mas que não há nenhuma iniciativa concreta em direção a isso no momento.

O executivo declarou que a prioridade da empresa é de continuar a implantar o plano estratégico DigiTIM (referente ao mercado italiano) como um todo, buscando eficiências operacionais e mantendo a liderança em fibra e ofertas convergentes. Do lado do Capex, ressalta como um “game changer” a implantação de infraestrutura pronta para a 5G, em particular com a arquitetura de rede de acesso virtual (V-RAN). “Entre outubro a dezembro teremos grandes fornecedores de V-RAN que vão suportar substancialmente o custo de 5G. Não sabemos o custo total, mas um piloto que estamos fazendo custou menos da metade, é muita eficiência no Capex e no Opex”, declara.

Financeiro

No balanço financeiro da Telecom Italia, a receita total foi de 9,512 bilhões de euros no semestre, uma redução de 2,7% em relação a igual período no ano passado. Desse total, a TIM Brasil foi responsável por 23,5% com a receita de 2,293 bilhões de euros, uma redução de 12,5%, queda que foi “inteiramente atribuível” à depreciação de mais de 20% da moeda brasileira frente ao euro no período. A receita doméstica do grupo italiano foi de 7,518 bilhões de euros, avanço de 0,3%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) foi de 3,918 bilhões de euros, redução de 4,8%, e com margem de 41,2%, ou 0,9 ponto percentual abaixo. O EBTIDA do Brasil foi de 727 milhões de euros, redução de 4,6%, enquanto o italiano foi de 3,2 bilhões de euros, queda de 4,8%.

O Capex total da Telecom Italia no semestre foi de 1,597 bilhão de euros, redução de 381 milhões de euros em relação à primeira metade de 2017. Para o Brasil foram destinados 28 milhões de euros a menos, total de 385 milhões; enquanto para a Itália foram 1,212 bilhão de euros, 353 milhões a menos. Porém, desconsiderando o impacto da variação cambial, os investimentos no Brasil teriam crescido 45 milhões de euros. O Capex para a TIM Brasil foi direcionado ao fortalecimento da rede de ultra banda larga móvel (LTE-Advanced) e desenvolvimento do negócio de banda larga fixa da TIM Live.

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