Apenas um quarto da Europa conta com cobertura LTE

Enquanto somente a operadora Verizon consegue cobrir 90% da população norte-americana com sua rede LTE, a Europa ainda não consegue chegar a um quarto de cobertura. Segundo um estudo da Comissão Europeia disponibilizado nesta quinta-feira, 25, a telefonia 4G no continente não está avançando na velocidade esperada pela União Europeia, que afirma que apenas Alemanha, Estônia e Suécia possuem uma implementação avançada do serviço. A entidade reclama ainda que três países não possuem nenhuma rede LTE (Chipre, Irlanda e Malta), que praticamente não há cobertura rural com a tecnologia e que a região só responde por 5% de todas as conexões 4G no mundo. Na terça, Bruxelas já havia reclamado do atraso na liberação do espectro do dividendo digital europeu, na faixa de 800 MHz.

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Segundo a vice-presidente da Comissão Europeia, Neelie Kroes, a região está "chegando ao colapso da rede". Ela explica em comunicado que o tráfego móvel cresce 66% ao ano e que, "se não houver mais espectro disponível, tudo vai entrar em colapso". A entidade garante que há problemas causados por demora nas licenças e que leilões "deixam operadoras móveis com pouco caixa para implementar as redes", citando a previsão de que seriam necessários 27 bilhões de euros para concluir as atualizações de redes. A UE reclama ainda da fragmentação com os 28 mercados nacionais, fenômeno que impede as empresas de desenvolver uma estratégia cobrindo a região inteira.

Outro problema, diz a Comissão, é o preço das frequências, que "podem ser 50 vezes mais caras em um país do que em outro". Isso não é sinal de um mercado saudável, já que a média do espectro na Europa seria quatro vezes mais cara do que nos Estados Unidos. As receitas em determinadas frequências também variam – enquanto na Alemanha as operadoras conseguem 3,576 bilhões de euros com a faixa de 800 MHz (ou 0,73 euros/MHz/população), em Portugal a receita é de 270 milhões de euros (0,028 euro/MHz/população). Na faixa de 2,6 GHz (mesma utilizada no Brasil para o LTE), nenhum dos países consegue receita acima de 1 bilhão de euros – o mais próximo é a França, com 936 milhões de euros (0,103 euro/MHz/população).

Para sanar isso, a Comissão espera que haja uma harmonização maior no continente, com a mesma banda de espectro em vários países ao mesmo tempo graças a uma coordenação no licenciamento. A primeira ação para buscar essa unidade espectral está no Programa de Políticas de Espectro de Rádio, que autoriza a harmonização da faixa de 870 MHz.

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