Representando uma série de operadoras de atacado, B2B e regionais, a TelComp publicou nesta quinta-feira, 25, uma análise sobre o impacto no mercado da separação estrutural de uma unidade de infraestrutura de fibra ótica planejada pela Oi. De acordo com a entidade, uma "chinese wall efetiva" – ou seja, uma "muralha da China" – que evite conflitos de interesse com futuros clientes na operação da rede neutra e medidas regulatórias devem ser necessárias.
Para a TelComp, "os desafios de execução são grandes" para o modelo de redes neutras proposto, ainda que a lógica da separação estrutural seja boa. "As operadoras de redes neutras, criadas por separação estrutural, como a InfraCo da Oi, dependerão de chinese wall efetiva, para ganhar a confiança do mercado", afirmou a nota. A menção é feita porque, além do mercado em geral, um dos principais clientes da nova subsidiária de infraestrutura deve ser a própria Oi.
"Operadores de redes neutras em escala nacional, como está sendo cogitado na Itália, tem características de monopólio privado, o que exigirá regulamentação forte e de incentivos à busca de eficiência", prosseguiu a entidade, também pontuando que haverá um desafio para a Oi operar "de forma muito mais eficiente que o seu histórico de operadora integrada".
Competição
Ainda segundo a TelComp, o planejamento da Oi deve acirrar o ambiente competitivo no mercado onde as operadoras de atacado atuam. "Todos esses movimentos intensificarão o grau de rivalidade entre operadoras de telecomunicações com os ônus e bônus que a competição gera. As operadoras competitivas enfrentarão novos e maiores desafios para continuar a crescer, num mercado com novos players com grande capacidade de investimento e perspectivas de retorno de longo prazo".
Dessa maneira, consolidações, capitalizações, compartilhamento de investimentos, diferenciais de serviços devem se tornar mais comuns. "O déficit de oferta de ultra banda larga, essencial para a economia digital, é grande em todo o mundo. As redes óticas serão fundamentais para a era 5G e isso acentua a necessidade de novos e vultosos investimentos".
Para uma melhor avaliação da proposta de separação estrutural da Oi, recomendo consultar:
Separação Estrutural em Indústrias Reguladas
Referência: Separação Estrutural em Indústrias Reguladas (tradução) – Relatório do secretariado da OCDE.
Disponível também no site wirelessbrasil, website de Jose Roberto de Souza Pinto