A coalizão para políticas OpenRAN (Open RAN Policy Coalition) lançada no início de maio com apoio de players como Telefónica, AT&T e Google recebeu na última sexta-feira, 22, o ingresso da Nokia. Dessa forma, a empresa se torna a primeira entre as três grandes fornecedoras da cadeia de telecom a apoiar a entidade, voltada à promoção de redes de acesso em rádio abertas e interoperáveis.
Em comunicado, a companhia afirmou que "ajudará a moldar as escolhas de políticas que afetarão a forma como as redes sem fio serão construídas, incluindo o suporte à pesquisa e desenvolvimento em redes abertas", garantindo assim uma abordagem "abrangente e segura" para o padrão.
A Nokia também destacou que ao desagregar componentes de hardware e software, incentivando interfaces abertas, o OpenRAN terá "potencial de enriquecer o ecossistema móvel com novas soluções e modelos de negócios, com um ecossistema expandido de vários fornecedores".
A empresa lembra que já havia sido a primeira entre as três grandes fornecedoras (as outras duas são Huawei e Ericsson) a ingressar na O-RAN Alliance, onde tem co-presidido alguns grupos de trabalho. Assim como a Open RAN Policy Coalition, a O-RAN Alliance também atua na promoção do padrão de redes de acesso abertas.
Ao Mobile World Live, o vice-presidente de relações governamentais da Nokia nas Américas, Brian Hendricks, afirmou que a entrada na nova coalizão é importante para demonstrar que o OpenRAN não representará uma "escolha binária" entre fornecedores de tecnologia consolidados e novos players.
No comunicado publicado pela empresa, Hendricks também destacou que as redes abertas são um caminho para fortalecer o ecossistema de "fornecedores confiáveis", segundo suas palavras; vale lembrar que a ofensiva empreendida pelo governo norte-americano contra as fornecedoras chinesas tem representado custos extras para operadoras do país obrigadas a abrirem mão da tecnologia asiática.
Brasil
No Brasil, a tecnologia OpenRAN já é considerada por empresas como Claro, Oi e até mesmo por ISPs, como mostrado por TELETIME. Já a Telefónica anunciou em março a realização das primeiras provas de conceito da tecnologia ainda em 2020 em seus mercados prioritários, incluindo o brasileiro.