5G vai ampliar o uso de microondas para backhaul

Existem hoje 2 milhões de sites de telefonia móvel no mundo com backhaul servido por micro-ondas, o que representa aproximadamente 75% do total. Em 2022, com o crescimento do número de ERBs decorrente da implementação de redes 5G, o número de sites servidos com backhaul em microondas subirá para 2,8 milhões no mundo, embora sua proporção sobre o total vai cair um pouco, chegando a 70%. As previsões são de Giulio Cavalli, gerente de vendas de soluções de microondas da Huawei. Mas existe uma expectativa de ampliação do tráfego de dados nesses links, e isso faz com que a parte de transmissão entre em uma disputa cada vez mais acirrada: a disputa por mais espectro.

"No 5G, a primeira escolha da operadora será fibra onde houver disponibilidade. Mas a fibra não consegue chegar a todo lugar, por isso o microondas terá um papel importante no 5G", comenta Cavalli. Ele acredita que as operadoras adotarão uma arquitetura de rede em que a fibra chega a um site central ou hub, ao qual outros sites ao redor se conectam via microondas, em uma topologia de estrela. Mas, mais do que isso, a evolução das tecnologias de transmissão de rádio digital está permitindo a agregação de portadoras e a agregação de frequências, bem como melhoras nas técnicas de modulação e anulação de interferência, ampliando a capacidade para a casa dos 20 Gbps por canal, quando utilizadas faixas de espectro na casa de 80 GHz.

Em sua estratégia para atendimento à demanda do 5G por backhaul, a Huawei separou sua oferta em três tipos de soluções. A primeira é para redes 5G em áreas urbanas com throughput próximo a 10 Gbps. Neste caso, o backhaul em microondas usaria a banda E, em 80 GHz, que permite alcançar até 20 Gbps a uma distância de até 2 Km.

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A segunda solução é voltada para áreas suburbanas, mesclando banda E e frequências tradicionais de microondas (entre 6 GHz e 42 GHz) para atingir um raio de cobertura de até 7 km e velocidade de 5 Gbps.

Por fim, para as áreas rurais, a proposta da Huawei é oferecer microondas em frequências tradicionais mas com equipamentos que garantam mais eficiência no uso do espectro. Neste caso, o alcance chega a até 30 km de distância e a velocidade de transmissão a até 2 Gbps.

A banda E já está disponível no Brasil e vem sendo utilizada por algumas teles para backhaul no 4G. Estima-se que algumas centenas de sites em áreas urbanas utilizem essa frequência. Cavalli, contudo, explica que é preciso haver um esforço conjunto de todos os fabricantes e dos operadores que utilizam transporte por rádio digital para que os reguladores permitam a alocação de canais maiores, de 112 MHz, contra canais de 28 MHz e 56 MHz por canal, como hoje os canais são alocados. A liberação de uso de faixas hoje ociosas para links terrestres, como é o caso da faixa de 13 GHz, também seria positiva.

Para o futuro da tecnologia de microondas para redes de transporte, a Huawei vê a utilização da faixa de 140 GHz, que permitirá capacidades ainda maiores para distâncias pequenas. (* O jornalista viajou a convite da Huawei)

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