Telefónica terá que sair da Telecom Italia; Vivendi perderá posição na Vivo

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condicionou, nesta quarta-feira, 25, a aprovação das operações de compra da GVT pela Telefônica e de cisão da Telco, holding maior acionista da Telecom Italia, à assinatura de acordos negociados com a Telefónica, GVT e Telefônica Brasil. Os principais remédios aplicados pelo órgão antitruste foram a redução gradual da participação da Vivendi (controladora da GVT) no capital da Vivo, em prazo determinado, e a alienação do restante das ações da Telefónica na Telecom Italia, de 6,5%, nos quatro meses após a assinatura dos contratos.

Notícias relacionadas
Nos demais acordos, as exigências, de ordem comportamental, pretendem a renúncia de direitos políticos da Telefónica na Telecom Italia (controladora da TIM no Brasil), algo que fora oficializado pela Telefónica ao mercado e à Telecom Italia em comunicado de renúncia na última sexta-feira, e da Vivendi na Vivo. De acordo com o relator das matérias, conselheiro Márcio de Oliveira, depois de ampla análise, as preocupações concorrenciais se resumiram a municípios paulistas de Arujá, Suzano, Votorantim e Guarulhos, onde foram verificadas concentrações horizontais nos mercados de banda larga, atacado e telefonia fixa.

No acordo com a Telefônica, a operadora espanhola se comprometeu a reduzir sua participação acionária na Telecom Italia com a finalidade de assegurar a independência entre os negócios dos grupos econômicos a quem pertencem as empresas. Assim, com a cisão da Telco, que garante uma participação direta de 14,8% da operadora na Telecom Italia, a Telefónica repassará 8,3% para a Vivendi, dona da GVT, em troca de ações ordinárias da Telefônica Brasil, detidas pela companhia francesa, permanecendo assim com 6,5% das ações da Telecom Italia.

Esse total remanescente, de 6,5%, que estão lastreados em debêntures, será alienado em quatro meses após a assinatura do acordo. Soma-se a esse remédio estrutural uma série de restrições comportamentais, reduzindo a influência na Telecom Italia e a impossibilidade de compartilhamento de informações estratégicas e sensíveis entre as duas operadoras.

No acordo com a Vivendi, a companhia francesa se compromete a eliminar gradualmente sua participação na Vivo, em percentual e prazo determinado de forma confidencial. O objetivo é eliminar as preocupações concorrenciais resultante da propriedade cruzada da Vivendi em decorrência da operação.

No acordo com a Telefônica Brasil, os remédios impostos buscam manter a qualidade dos serviços prestados pela GVT, estendendo pera os usuários os benefícios obtidos com a operação, especialmente nos serviços de telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura.

O conselheiro Márcio de Oliveira afirmou que os compromissos pendentes da Telefônica, impostos no Termo de Compromisso de Desempenho (TCD), assinado em 2007 para assegurar a independência das ações da Vivo e da TIM, foram acrescidos no novo acordo. Ele negou também os pedidos de inclusão feitos pela TIM, terceira interessada nos processos, afirmando que muitas das sugestões já estavam contempladas nos acordos negociados.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!