Fundos de pensão continuam fora do controle da Oi

Os fundos de pensão pagaram, mas ainda não levaram uma participação com direito a controle na Oi. Previ, Funcef e Petros só poderão ter assento no conselho da operadora no dia em que a Anatel concluir uma análise que vem se arrastando desde setembro de 2000, quando as fundações foram obrigadas a abrir mão da posição de controle da tele por meio da Fiago em função da presença simultânea também no controle da Brasil Telecom. No ano passado, os fundos de pensão venderam o controle da Brasil Telecom para a Oi, o Plano Geral de Outorgas foi alterado para permitir a aglutinação de duas concessionárias mas, enquanto esse processo administrativo na agência não sair da gaveta, os fundos não podem assumir a tão esperada posição de controle na Oi.
O irônico é que os fundos, que tinham o controle da Brasil Telecom, poderiam ter impedido a fusão entre as duas concessionárias. Mas optaram por dar apoio à fusão, em troca de uma participação relevante na nova Oi, com poder de voto no conselho e veto sobre algumas decisões estratégicas, como a venda da companhia, a aprovação do orçamento e linhas gerais de gestão.
Apoio político e financeiro

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E além do apoio político, os fundos ainda desembolsaram uma boa quantia de dinheiro. Especialmente no caso de Funcef e Petros, que tiveram que ampliar suas participações. Para terem uma participação de 10% cada um na futura estrutura da Oi, os dois fundos investiram, aproximadamente, R$ 280 milhões e R$ 450 milhões, respectivamente. Em maio de 2008 os presidentes destes dois fundos, em entrevista ao TELETIME News, justificaram o esforço: "Para nós, esse é um investimento que valerá a pena, ao contrário do investimento que tivemos que fazer depois da privatização", disse naquela ocasião Wagner Pinheiro, presidente da Petros. O motivador, além do potencial de valorização da participação, era justamente o acordo de acionistas da nova Oi, que previa a ingerência dos fundos em decisões críticas da companhia.
Os fundos também abriram mão dos processos judiciais que moviam contra o Opportunity como forma de abrir caminho para a fusão.
As regras do Plano Geral de Outorgas foram alterada em 2008 e a anuência prévia para a fusão levou apenas um mês para sair, mas ao contrário do que imaginavam os fundos, a Anatel não suspendeu, automaticamente, a ordem dada em 2001 para que os fundos ficassem fora do controle da Oi. A determinação continua valendo até que o processo seja concluído. Assim, os fundos estão fora da gestão da Oi, com uma participação societária relevante mas sem nenhuma liquidez nem poder de mando. Enquanto isso, a companhia toma decisões críticas, como a ampliação de seu endividamento, o planejamento estratégico de novos produtos, a consolidação de equipes e estrutura com a Brasil Telecom, tendo como acionistas participantes do conselho apenas o grupo La Fonte, a Andrade Gutierrez e o BNDES.
História
Outro detalhe curioso dessa situação é que os fundos de pensão entraram originalmente como acionistas da Telemar após a privatização, para aportar recursos na companhia, que precisava pagar o lance dado no leilão de privatização. Os fundos fizeram esse investimento por meio da Fiago, empresa que adquiriu 19,9% do capital da companhia. Em 2000, os fundos foram afastados do controle da Telemar por determinação da Anatel, pois a presença de um mesmo controlador em duas concessionárias era proibida. Na época, o Opportunity e o Citibank também tiveram que se desfazer da posição de controle na Telemar. Mas o Opportunity e o Citi, após a fusão entre BrT e Oi, venderam suas participações e saíram do negócio. Os fundos, que optaram por permanecer e financiaram a fusão, agora buscam uma solução junto à agência.

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