O Mobile World Congress deste ano, realizado em Barcelona, foi um bom termômetro para mostrar as tecnologias que se consolidaram, as que estão em fase terminal e aquelas que serão destaque nos próximos anos. A estrela do show, sem dúvida, são as primeiras indicações do que será a tecnologia de 5G, que deve começar a ganhar produtos comerciais a partir do ano que vem ou 2018, a medida que ficarem mais claras as especificações. Já a tecnoligia de 4G (LTE) , que hoje domina as implementações de redes entre os operadores, perdeu o destaque, sendo substituída com lançamentos do chamado LTE-Advanced e do LTE-Advanced Pro, que são versões robustecidas do LTE com agregação de frequência. Mas mesmo algumas soluções que serão utilizadas no 5G, como Massive Mimo (múltiplas antenas) e cloud base-station, beam shaping (tecnologias que permitem o direcionamento em tempo real das transmissões) já estão sendo demonstradas em cima de redes 4,5G. Essa é uma das apostas da Huawei, por exemplo. Em tese, estas tecnologias intermediárias permitirão conexões móveis de até 1 Gbps e latência na casa dos 10 ms. A fabricante chinesa, por outro lado, propõe algumas soluções que não são consensuais entre todos os fabricantes, como o "slicing" de frequências, que é o uso de faixas específicas para serviços com qualidade de serviços diferentes.
As tecnologias 3G, que até o ano passado ainda apareciam aqui e ali com algum sinal de evolução, parecem ter chegado ao fim do seu ciclo de inovação e tendem a ser substituídas pelo LTE, assim como o 2G, cujas aplicações de voz tendem a ir para o VoLTE e de dados para o NB-LTE.
Algumas tecnologias de rede se consolidaram e já não recebem o destaque que tiverem no passado, ainda que estejam sendo massivamente demandadas pelas empresas. É o caso de soluções de SDN (redes definidas por software) e NFV (vistualização de funções da rede), ou das plataformas de small-cells e redes heterogêneas. São parte importante do portfólio dos fornecedores e da lista de projetos das operadoras, mas não estão mais na vitrine principal do show.
Do ponto de vista das aplicações, a onda dos wearables parece ter perdido o fôlego, com pouca ou nenhuma novidade relevante, mas as aplicações de realidade virtual e realidade aumentada estavam por toda parte, assim como aplicações de IoT .
Como na maioria da feiras internacionais as inovações, que são as 'tecnologias que estão dando certo', são 'marketiadas' mas sem apresentar conceitos objetivos com referências concretas. Ninguém entrega o ouro para o concorrente, os participantes ficam mais eruditos, falantes, entretanto sem aumentar a sua cultura produtiva. As palestras acabam quando deviam estar a começar.É um show de networking mas difuso e sem memória. Valem para agendar futuros encontros.É um negócio virtual.E sem saber chinês a comunicação com a atual maior economia do mundo tende a zero !O inglês técnico dos chineses, que ainda falam baixo, é incompreensível ! Vale somente para entregar na volta relatórios que impressionam mas que perdem a validade em pouco tempo. Enfeitam as estantes com pouco resultado.Por isso recomendo como melhor alternativa a participação em convenções de debates com lideres setoriais locais de 'notório saber', que conheçam o mercado. As crises atuais exigem soluções competitivas em curto prazo. Simples assim.