LTE é uma tecnologia normalmente associada a altas velocidades de transmissão de dados e à banda larga móvel, mas ela já está sendo adaptada a um outro desafio das redes atuais: ao grande volume de conexões, que não necessariamente demandam grandes velocidades. Esse é um cenário muito comum no ambiente da Internet das Coisas, em que dezenas de milhares de sensores conectados, por exemplo, podem estar presentes em uma área geográfica restrita a uma célula. Por exemplo, sensores de monitoramento de agricultura ou trânsito. Para atender a este tipo de problema devem começar a surgir no mercado, ainda este ano, os primeiros módulos de comunicação entre máquinas com a tecnologia NB-LTE (Narrow Band LTE), destaque nos portfólios dos principais fornecedores no Mobile World Congress de 2016, que aconteceu esta semana em Barcelona. A Huawei, por exemplo, está dando grande ênfase a essa tecnologia como parte de um caminho alternativo para a oferta de soluções de IoT que não precisem esperar o desenvolvimento completo da tecnologia de 5G.
As redes NB-LTE visam substuir aplicações de dados que hoje rodam em redes 2G (GPRS) ou 3G, como máquinas de pagamenos, sensores de rastreamento ou outros dispositivos conectados. A vantagem do NB-LTE é a possibilidade de alocar uma portadora de dados de 200 kHz, o que é uma faixa muito estreita do espectro, permitindo o uso inclusive de pedaços de bandas de guarda que as operadoras têm disponíveis (faixas do espectro que ficam ociosas para evitar interferências com faixas adjacentes de outros provedores). O NB-LTE também otimiza o uso de bateria, permitindo que sensores funcionem por anos com a a energia equivalente a uma pilha alcalina. E, mais do que isso, é uma tecnologia que permite dezenas de milhares de conexões a uma mesma célula. Para se ter uma ideia, uma típica célula de celular normalmente está preparada para no máximo 2 mil usuários simultâneos. A tecnologia també resolve um problema que as operadoras já começam a enfrentar com o final do ciclo de desenvolvimento das tecnologis 2G e 3G. Os equipamentos deixam de ter a escala que justifique o investimento e as operadoras naturalmente tendem a substituir as redes 2G e 3G pelas redes LTE (4G).
A Nokia também aposta nesse tipo de solução, e está apresentando ainda uma outra alternativa para a comunicação entre máquinas chamada de e-MTC (Machine Type os Communication). Trata-se de uma implementação LTE, mas com portadoras de 1,4 MHz, voltada para a comunicação entre máquinas com baixas taxas de transmissão de dados e altíssima otimização no consumo de energia.