Telefônica: "Não estamos felizes com nossa performance no fixo"

O resultado financeiro do último trimestre do ano passado foi considerado satisfatório pela Telefônica Brasil, mas a companhia reconhece problemas com o desempenho dos serviços fixos. Em teleconferência nesta segunda, 25, a insistência dos analistas  em perguntar sobre estratégia no setor mostra a preocupação do mercado com o desempenho da operadora na área. "Não estamos felizes com nossa performance, principalmente em TV paga e banda larga fixa", admite o CEO da tele, Paulo César Teixeira. Entretanto, a empresa procurou não revelar os planos para recuperar a base de assinantes, evitando falar em estratégias concretas e limitando-se a falar em "plano tático" para ser implementado. "Queremos ‘virar’ o negócio de IPTV, crescendo nosso footprint FTTH", diz, embora a empresa deva lançar a plataforma (baseada na solução Mediaroom da Microsoft e com integração da Alcatel-Lucent) também para conexões por cabo. "Teremos uma melhor decisão no IPTV para crescer nosso negócio. Estamos em uma curva de aprendizado no nosso serviço, agora estamos melhor e vamos lançar novamente o Vivo Play", explica, mencionando o serviço over-the-top (OTT) da empresa.

A empresa espera aumentar a infraestrutura de fibra, principalmente para oferecer FTTH em outros mercados além de São Paulo. "Queremos expandir nossa ultra banda larga para outras regiões lucrativas, mas onde não pudermos ter fibra, teremos ADSL. O 3G Plus (HSPA+) e o LTE também estão sendo considerados", afirma Teixeira. O executivo afirma também que pretende deixar a infraestrutura mais flexível e dinâmica para lidar com o esperado aumento de dados, adequando o backbone para a demanda.

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Para a banda larga fixa, a Telefônica/Vivo afirma que um cenário mais competitivo dificultou o crescimento da operadora. Teixeira cita "preços agressivos" de competidores, com "muita comunicação em mídia". A TIM lançou no ano passado uma oferta de ultra banda larga FTTx por R$ 1 por 1 Mbps, com velocidades de 35 Mbps e 50 Mbps. Além disso, o crescimento da Net e da GVT parece ter influenciado o desempenho da Telefônica. Ainda assim, o executivo diz que houve redução na taxa de churn (fuga de usuários para outras operadoras) de 10% ou menos, ressaltando o crescimento na base de usuários com velocidades acima de 4 Mbps. Outro ponto positivo: o ARPU de assinantes de FTTH é de R$ 100 em média.

Apesar de não dar mais informações sobre o plano tático para promover o negócio de TV e banda larga, a companhia revela que quer aumentar o número de acessos por fibra, melhorando a velocidade na banda larga fixa (incluindo corporativa), focando em ofertas combo e usando o cross selling para promover a fidelidade com os consumidores fixos. A oferta convergente com produtos móveis é algo que a empresa pretende aumentar.

Dados móveis

Outro dado trazido por Teixeira é que o crescimento da infraestrutura de fibra reflete também na oferta de banda larga móvel, já que as estações radiobase utilizam cabos óticos para a rede IP. A Telefônica/Vivo quer crescer na oferta do 3G Plus, nome comercial da tecnologia HSPA+, e no LTE (chamado comercialmente pela operadora de 4G Plus). A chave para isso é aumentar a base de smartphones, segmento no qual a empresa espera crescer nas ofertas de planos pré e pós-pagos. A Vivo oferece planos de dados ilimitados somente no pós-pago, no qual afirma ver lucratividade. "Não é nossa intenção ter oferta deste tipo no pré-pago", diz Paulo César Teixeira. Mas a ideia é promover mais o consumo de dados nestes tipos de planos, com ofertas de acesso por preços fixos como nos planos "Vivo Controle". No entanto, a empresa enfatiza que planos pré-pagos não contarão com subsídio para aquisição de smartphones.

O CEO diz que pretende reduzir os preços, embora acredite que os planos tenham valores acessíveis. "Vamos manter o foco na qualidade, com ofertas 3G Plus e LTE. Assim, podemos reduzir o preço também", explica. A redução de período de inatividade para desligamento para 50 dias também foi festejada. "Acho que foi uma boa decisão, espero que todo o mercado a siga, pois assim o Brasil terá números mais saudáveis", diz. No entanto, ele critica as estratégias da concorrênica. "As decisões da Anatel no Natal permitiram novas ofertas no mercado e acho que isso foi bom, porque tem ofertas mais agressivas especialmente no pré-pago. Mas achamos que o mercado poderia ser mais racional, porque estamos enfrentando mais gente. Precisamos investir muito em qualidade, em 4G. Em mobile, temos um negócio bom e um preço competitivo. Achamos que o mercado brasileiro precisa ter mais qualidade e estamos puxando isso".

M2M

Outra aposta da Telefônica/Vivo é no mercado de comunicações máquina-a-máquina. A empresa deverá trazer ao País a plataforma de gerenciamento lançada na semana passada, aproveitando a desoneração prevista. "Temos foco em lucro com boas negociações e vamos ver o Fistel reduzindo (os custos). É um mercado que tem uma grande oportunidade de crescimento. O Brasil tem baixa penetração, mas será parte do negócio que vai crescer mais", diz Paulo Teixeira.

Para o ano, a empresa enxerga um cenário positivo. "Acho que este trimestre mostra que estamos no caminho certo. Estamos otimistas sobre 2013, quando esperamos ser mais convergentes. O lançamento do 4G é um grande desafio, mas será uma oportunidade para nós", conclui o executivo. 

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