As operadoras de telecom estão em uma corrida para criação de novos serviços e diversificação de receitas, sobretudo diante do 5G, mas têm enfrentado desafios para conciliar a estratégia com a manutenção de sistemas legados.
Durante o evento Tech Forum Latam, organizado pelo portal Convergência Digital nesta quarta-feira, 24, TIM, Oi e Vivo discutiram o tema no momento pós-leilão. "Estamos em um momento de disrupção, onde quem tem as redes fixas não é mais o dominador. As operadoras estão trabalhando fortemente para trazer novas soluções, mas vão ter que se reinventar", apontou o head de marketing da TIM para o segmento corporativo e IoT, Alexandre Dal Forno.
Para o executivo, o desafio para a tarefa é lidar ao mesmo tempo com sistemas legados, que poderiam funcionar como uma âncora para o carro que quer acelerar. "O dilema é como criar receitas novas de forma rápida sem abrir mão das receitas de serviços legados", afirmou Dal Forno.
Pela área de inovação, estratégia e desenvolvimento de novos negócios da Oi, Bernardo Estefan afirmou que a empresa está bem posicionada para o cenário de mudanças. "Com as recentes movimentações estratégicas, estamos tendo mais facilidade e apoio da liderança para mudanças estruturais que vão gerar agilidade".
Mesmo de saída do mercado móvel, a operadora pretende participar do 5G a partir da rede de fibra óptica e também na camada de aplicações. "Verticais de negócios vão precisar de soluções específicas desenvolvidas por parceiros ou até mesmo por nós de maneira, de forma diferente da que tradicionalmente desenvolvemos. Temos uma série de oportunidades na camada de aplicações", afirmou Estefan.
A jornada, contudo, seria de longo prazo. Tida pela Oi como exemplo de operadora que diversificou receitas de forma bem-sucedida, a japonesa Docomo teria adotado a estratégia ainda em 2010, resultando hoje em 43% de receita não telco.
Head de estratégia de marketing da Vivo para o segmento B2B, Paola Campanari notou que "maximizar o 5G" tem sido um dos focos do trabalho de experimentação das teles ao lado de startups e demais parceiros. Com a consolidação da rede 5G standalone nos próximos meses, o uso de soluções corporativas deve escalar a partir de 2023.
Provedores
Pelo lado dos provedores regionais, a visão do presidente da Abranet, Eduardo Neger, é que a ausência de grandes estruturas legadas pode ser uma vantagem para os pequenos, sobretudo agora que o segmento deve ter acesso ao mercado de mobilidade pós leilão do 5G.