BNP Paribas avalia ações da Tmar em R$ 74,39; parte dos minoritários continua insatisfeita

Analistas do mercado afirmam que a avaliação do banco BNP Paribas, colocando o valor das ações da Telemar (Tmar) em R$ 74,39, para a relação de troca durante a simplificação acionária do Grupo Oi de telecomunicações, torna provável a aceitação da proposta entre os minoritários da empresa. A avaliação do banco francês é R$ 4,39 superior à última avaliação, do Citibank. A operação reduz de três para uma as classes de ações da companhia, listadas em Bolsa. “É um prêmio muito interessante e tenho certeza que será aceito”, comentou um analista que preferiu não se identificar.

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O valor equivale a um ágio de 82% sobre o preço cobrado nas negociações dos papéis no encerramento do pregão, na Bolsa de Valores, na terça-feira 22, um dia antes da divulgação do laudo do BNP Paribas.
Entretanto, segundo a fonte, para a proposta de simplificação acionária dar certo, os controladores da empresa (Telemar Participações e Coari) terão que solucionar o conflito de interesses com os minoritários da Brasil Telecom S/A (BRTO). “O preço não é o fundamental para o sucesso da operação. Eles estão descontentes com a relação de troca como um todo”, comenta.

Isso ocorre porque no negócio proposto, a BRTO é quem vai receber os ativos das demais empresas do grupo, na nova organização societária. E, neste caso, os acionistas desta companhia teriam seus ativos impactados negativamente no primeiro momento. Conforme apurou TELETIME, a principal dificuldade neste caso está no chamado "Direito de Retirada". “Os acionistas da BRTO que desejam sair da operação terão suas ações avaliadas de acordo com o valor patrimonial, que não é atrativo, por ser menor que o estimado para a companhia no mercado”, explica o analista.

Neste caso o maior prejudicado seria o fundo Polo Capital, um dos principais acionistas minoritários da Oi e o acionista que mais problemas tem criado para aceitar a relação de trocas. De acordo com a fonte, a estratégia do fundo e de alguns outros minoritários seria levantar argumentos legais para convencer a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a desautorizar os controladores a votar na assembleia na qual o assunto será deliberado. Procurado pela reportagem, o fundo não se pronunciou sobre o assunto, assim como o fundo Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG),  outro acionista da empresa, que recentemente teria encaminhado carta ao BNP Paribas pedindo a revisão dos valores para cima. Tal solicitação seria motivada pelo fato de o Citibank ter avaliado os mesmos ativos em R$ 70. À época o banco havia recebido uma carta do Polo Capital, também pedindo a revisão dos valores, fato que supostamente fez o banco declinar de oferecer a análise técnica para a companhia. “Eles vão brigar pelo fim da operação com instrumentos legais contra a participação dos controladores, que já se manifestaram favoráveis ao negócio. Ou seja, sem a presença deles na assembleia, os minoritários insatisfeitos podem derrubar o projeto”, conclui. No entanto, o analista acha improvável que a CVM deixe os controladores do grupo fora da decisão final sobre o tema. "O risco de não dar certo é pequeno, mas existe", avalia um analista.

No caso da Polo, comenta-se no mercado que o fundo teria ainda interesse em ações judiciais referentes aos planos de expansão do antigo Sistema Telebrás, e que essa seria uma das causas da resistência do fundo a aceitar a troca de ações. Vale lembrar que boa parte da avaliação dos papéis da Brasil Telecom foi impactada com a constatação de um passivo judicial maior do que o estimado no momento da fusão, em 2008, justamente por conta destas disputas na Justiça. O grupo Opportunity (um dos antigos controladores da Brasil Telecom) foi um dos patrocinadores de ações judiciais contra a  BrT.

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