Um dos temas recorrentes na entrevista coletiva concedida pelo presidente Lula a blogueiros nesta quarta, 24, foi em relação ao setor de comunicações. A primeira pergunta colocada ao presidente foi justamente sobre o tema. "Qual a avaliação que o senhor faz da atuação do seu governo nessa área (comunicações) e por que não se avançou mais no sentido da democratização das comunicações?". O presidente lembrou que é preciso levar em conta que os avanços no setor dependem da correlação de forças na sociedade e no Congresso Nacional. "Você sabe do esforço que tivemos para fazer o Projeto de Lei 29, de que o Jorge Bittar foi o relator e que está há cinco anos rolando e a gente não consegue fazer avançar, porque chega em um determinado ponto e ele para, e a gente precisa fazer todo o trabalho de convencer as pessoas a evoluir", disse o presidente, referindo-se ao PLC 116/2010, hoje em tramitação no Senado, e que foi aprovado na Câmara com o número de PL 29/2007, que cria novas regras para o setor de TV por assinatura.
"No ano passado fizemos a Confecom, que foi também um marco difícil, porque era muita gente querendo e muita gente não querendo, muita gente querendo boicotar e não participar, e fizemos uma nova conferência internacional agora com gente do mundo inteiro para que a gente possa fazer uma regulação da mídia eletrônica", lembrou Lula. Segundo o presidente, "poderíamos ter feito mais e não fizemos porque o debate é mais encruado do que a gente pensa". Ele disse ainda que agora está sendo preparado um caminho que permita um texto básico a ser deixado à presidente eleita Dilma Rousseff e que será discutido no Congresso, disse, referindo-se ao projeto de Lei de Comunicação Eletrônica que está sendo elaborado na Presidência e que deve ser entregue à presidente eleita na forma de anteprojeto para posterior consulta pública. "Precisamos ter uma correlação de forças mais equilibrada, e com o Congresso Nacional renovado, acho que há chances de termos mais alguns avanços". Lula diz esperar que esse Congresso seja mais moderno e disse que a correlação de forças no Senado melhorou.
Mais adiante, Lula retomou a questão da Conferência Nacional de Comunicações (Confecom), disse que ela foi a construção "de um caminho do meio", um "sucesso estupendo" e que foi criado um "novo patamar". "Ninguém pode ter medo de debater e ouvir o que não gosta", disse Lula.
Políticas de comunicação