O início efetivo da operação de DTH da DTHi e da Telefônica para o serviço de televisão por assinatura deixou o ministro das Comunicações, Hélio Costa, em uma situação politicamente delicada. Este noticiário apurou que um dos últimos atos do então presidente da Telefônica no cargo, Fernando Xavier, nesta quinta, 23, em São Paulo, foi garantir ao ministro que a tele não iniciaria a operação do sistema antes da publicação do decreto em preparação no Minicom para criar o Grupo de Trabalho Interministerial. Este grupo avaliará a situação de todo o setor de produção de conteúdo, especialmente TV por assinatura, com vistas a oferecer sugestões sobre as mudanças legais e regulamentares que solucionem os problemas criados pelo desenvolvimento tecnológico.
O ministro, antes de ouvir as garantias de Xavier, declarou que a Telefônica, se entrasse no ar, sairia rapidamente.
Fica ou não fica?
Toda essa movimentação acontece em um momento bastante delicado para Hélio Costa: o do debate sobre sua continuidade no Ministério das Comunicações. Até o momento, a movimentação do ministro era no sentido de mostrar seu interesse em permanecer. Fontes ligadas a políticos do PMDB dão conta de que na reunião do partido com o presidente Lula neste semana, depois de elogiar a atuação do ministro, o presidente teria afirmado que sua permanência na pasta era uma decisão do partido e que Costa não fazia parte de uma possível cota pessoal do presidente. O desentendimento com a Telefônica pode não ser conveniente nesse momento.