Depois de um breve atraso, o foguete Ariane V foi lançado neste domingo da base de lançamento em Kouru na Guiana Francesa colocando o satélite SES-17 no espaço, rumo à sua posição definitiva em 67,1ºW. Agora o satélite executará manobras de posicionamento e abertura dos paines solares e passará por testes até entrar em operação definitiva em meados do próximo ano. O SES-17 é um satélite único em vários aspectos.
Trata-se de um satélite de alta capacidade (HTS) que dará à SES uma cobertura ampla em banda Ka para a região das Américas. Especialmente para o Brasil, será o primeiro satélite da empresa a ter cobertura 100% do território nacional com banda Ku, o que até então só acontecia com o satélite estatal SGDC. Os quase 200 feixes (beams) de cobertura do SES são muito mais flexíveis, com a possibilidade de remanejamento de capacidade entre os diferentes spots por conta de algumas tecnologias de ponta embarcadas, como um Digital Transparent Processor (DTP) e um software para Adaptive Resource Control (ARC).
Também é um satélite com propulsão elétrica, o que significa uma vida útil maior (lembrando que a nova regulamentação brasileira de satélite agora estende a autorização de operação por toda a vida útil do satélite). Ele levará mais tempo para chegar à posição orbital definitiva (no caso, chegará em meados do próximo ano), mas não tem os mesmos limites de vida e operação vinculados ao combustível gasoso de satélites convencionais. O satélite foi fabricado pela Thales Alenia Space e tem ainda alguns sistemas especialmente pensados para a operação de serviços de comunicação embarcada (IFC) em aeronaves. A cobertura do satélite prevê as principais rotas aéreas entre América do Sul e América do Norte e entre América do Norte e Europa.
Também no ano de 2022 a SES lançará os primeiros satélites da próxima geração da constelação O3b, a O3b M-Power, de satélites de órbita média e alta capacidade.