O presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, afirmou em teleconferência nesta segunda-feira, 24, que a operadora ?fará uma entrada gradual e suave em VoIP (voz sobre IP) para não canibalizar a base de clientes. Será uma oferta segmentada tanto dentro quanto fora de sua área de atuação?. O executivo não adiantou, contudo, previsões sobre número futuro de usuários. Conforme adiantou TELETIME News na semana passada, a Brasil Telecom está prestes a lançar sua solução de VoIP para o mercado residencial e o anúncio oficial será feito durante a feira Futurecom, em Florianópolis.
Ainda de acordo com Knoepfelmacher, a redução no tráfego de telefonia fixa é inexorável. Porém, a queda atual tem sido motivada mais por uma migração de tráfego para telefonia celular do que propriamente em decorrência da utilização de VoIP, explicou o presidente da Brasil Telecom.
Aice, pulso e 3G
Durante a teleconferência, o executivo comentou sobre diversos temas regulatórios que estão na pauta do dia das operadoras de telefonia fixa. Ele demonstrou particular preocupação quanto à criação do Acesso Individual Classe Especial (Aice). Ele entende que o Aice pode ter conseqüências pesadas para as operadoras, dependendo de como for formatado. O medo do presidente da BrT é de que o Aice canibalize a base da operadora. ?Temos 1,2 milhão de linhas ociosas. O problema é o prazo e como devemos atender os novos clientes?, explicou.
Knoepfelmacher mostrou-se simpático à migração da cobrança de pulsos para minutos na telefonia fixa. ?Estamos confortáveis quanto a isso?.
Sobre 3G, o executivo preferiu a cautela. ?Temos que aguardar a Anatel. O leilão só deve acontecer no segundo semestre de 2006?, disse.
Em dezembro a operadora promoverá um encontro com analistas de mercado para apresentar e detalhar melhor seus planos futuros.
Resultados
A respeito dos resultados financeiros da empresa no terceiro trimestre, divulgados na última sexta-feira, 21, Knoepfelmacher disse que a queda no Ebitda de R$ 984,4 milhões para R$ 744,6 milhões na comparação anual entre trimestres se deveu à operação móvel. Contudo, o lançamento da Brasil Telecom GSM, junto com o reajuste tarifário e um bom desempenho na área de dados, contribuíram para um aumento de 13,6% da receita bruta em relação ao terceiro trimestre de 2004.
O presidente da companhia elogiou o desempenho da operadora móvel, cuja receita média mensal por usuário (Arpu, na sigla em inglês) foi de R$ 28 no trimestre, resultado acima da média de mercado. Ele destacou também o fato de 27% de suas linhas serem pós-pagas, percentual também acima da média nacional. ?Isso está associado ao nosso êxito no mercado corporativo?, disse Knoepfelmacher. Sobre o alto índice de churn na companhia, o executivo explicou que se deve ao desligamento de linhas relacionadas a fraudes e inadimplência.
O presidente da BrT procurou passar tranqüilidade ao mercado financeiro e disse que a nova administração não encontrou até agora nenhuma irregularidade financeira praticada pela antiga gestão da companhia, liderada pelo Opportunity. Mas ressaltou que uma auditoria interna está em andamento.