Bancos de fomento querem operar Fust para pequenos provedores

Bancos regionais de fomento sinalizaram interesse em operar recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). O Ministério das Comunicações (MCom) decidiu usar essas instituições financeiras para ampliar os recursos destinados aos provedores de Internet no Brasil.

Nesta terça-feira, 24, a pasta anunciou o Programa Acessa Crédito Telecom, destinado a expandir as redes de telecomunicações – especialmente nos municípios com menos de 30 mil habitantes, por meio da descentralização na distribuição de recursos do Fust por instituições financeiras regionais. "Nós temos a oportunidade de alcançar um segmento interessante, especialmente na Amazônia, onde é muito difícil garantir conectividade em muitos locais", disse o gerente executivo PJ do Banco da Amazônia (Basa), Luiz Lourenço.

Já para o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o recurso carimbado vai incentivar que as instituições "corram atrás" do público-alvo para o qual o financiamento é possível. "Teremos uma meta clara com base nos recursos destinados: precisaremos aplicar tantos milhões por ano no Sul do Brasil, e vamos correr atrás disso", disse o superintendente de operações da instituição, Paulo Starke.

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O Banco do Brasil é outro interessado em operar esses recursos geridos pelo MCom. O head de crédito para micro e pequenas empresas da instituição, Hélcio de Almeida Carleto, disse que o banco tem uma visão positiva do segmento de telecomunicações.

"Enxergamos essa nova fonte de financiamento e garantias como uma grande oportunidade para atender um setor que está crescendo muito. Essa linha de crédito adicional nos ajudará a aplicar recursos", contou Carleto.

Dificuldades

Apesar desses três bancos citados já oferecerem linhas de crédito para empresas de menor porte, eles admitem a existência de desafios no caso dos pequenos provedores.

Para o Basa, a principal dificuldade é alcançar as empresas-alvo do setor. "Esse público está localizado, principalmente, em cidades menores. Não é tão simples chegar até ele", afirmou Luiz Lourenço.

Além disso, muitas das empresas não contam com garantias suficientes para obter o crédito – mesmo que o objetivo dele seja auxiliar nessas situações. Sobre isso, o Banco do Brasil disse ter buscado crescer no crédito com apoio de fundos garantidores – como é o caso do Fust.

Já o BRDE afirmou que espera conseguir gerar demanda por parte desses provedores, já que a distribuição do recurso é importante para fomentar o setor. "Precisamos que as empresas se movimentem e busquem esses recursos. Quanto mais demanda tivermos, melhor poderemos selecionar e aplicar, além de precificar adequadamente esses produtos e reduzir nossos riscos", informou Paulo Starke.

Expectativa

O Acessa Crédito Telecom surgiu após o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovar recursos de US$ 100 milhões (equivalente a R$ 546 milhões) ao projeto, em parceria com o MCom. O programa também tem apoio da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE).

Segundo o Ministério das Comunicações, o programa vai  impulsionar a transformação digital no País, especialmente naquelas cidades com menos de 30 mil habitantes. A expectativa do governo é de que a ampliação da cobertura da conectividade digital nesses municípios beneficie cerca de 2,5 milhões de pessoas.

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