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OCDE: transformação digital é chave para superar crise da pandemia na América Latina

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e a Comissão Europeia apontam que a transformação digital pode ajudar a região da América Latina e Caribe a se recuperar mais rapidamente da crise ocasionada pela pandemia do coronavírus (covid-19). O posicionamento consta na publicação “Perspectivas Econômicas da América Latina 2020: Transformação Digital para uma melhor reconstrução”, lançada nesta quinta-feira, 24.

No relatório, é possível verificar o impacto dramático da pandemia sobre os mais vulneráveis e marginalizados na região. Segundo a publicação, as microempresas foram particularmente afetadas: 2,7 milhões delas devem fechar, resultando na perda de 8,5 milhões de empregos. Ao entrar nesta crise, 40% dos trabalhadores nas economias da América Latina e Caribe não tinham acesso a nenhuma forma de proteção social e 60% trabalham informalmente.

A edição 2020 do LEO (sigla em inglês da publicação) descreve uma série de recomendações de políticas públicas para coordenar as múltiplas agendas digitais que proliferam nos países da região latino-americana e do Caribe e destaca a importância de vinculá-las aos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PDN), 16 dos quais são analisados no relatório. Responsabilidades claras e implementação adequada são cruciais para o sucesso dessas agendas, diz o documento.

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O relatório também destaca que, para aproveitar ao máximo a transformação digital em nível local, nacional e internacional, é necessário renovar alianças internacionais. Por exemplo, tributar a economia digitalizada de forma eficaz e justa requer uma forte cooperação internacional. Da mesma forma, por meio de uma cooperação regional mais eficaz, os países da região poderiam fortalecer suas capacidades digitais nacionais.

“Esperamos que mais de 45 milhões de pessoas adicionais caiam na pobreza. A crise socioeconômica torna um novo modelo de desenvolvimento mais urgente do que nunca. A digitalização pode ser uma ferramenta poderosa para superar os desafios estruturais da região somente se for considerada como uma forma integral de promover uma mudança estrutural progressiva, por meio de políticas de geração de novos setores, empregos de qualidade, desenvolvimento de capacidades e inovação”, disse Alicia Bárcena, Secretária Executiva da Cepal.

“A transformação digital oferece uma oportunidade única de aumentar a produtividade e fornecer melhores serviços públicos na América Latina e no Caribe. Com a Covid-19, a região acelerou seus processos digitais, mas ainda há um longo caminho a percorrer para fechar a lacuna com as economias avançadas ”, acrescentou Luis Carranza, Presidente Executivo da CAF.

Ampliação do acesso à Internet

Mas o documento também aponta para um problema que precisa ser superado para que a América Latina e Caribe tenham uma efetiva transformação digital: o pouco acesso à Internet. “O acesso à Internet, em particular, está longe de ser universal: em 2018, 68% da população da região usava regularmente, quase o dobro da proporção em 2010, mas bem abaixo da média da OCDE de 84%. Além disso, enquanto 75% da população mais rica da América Latina usa a Internet, apenas 37% da população mais pobre o faz”, diz o documento.

Quando se analisa a diferença entre ricos e pobres, com acesso à Internet, observa-se um fosso muito maior. Nos países pesquisados, a diferença chega a quase 40%, enquanto nos países da OCDE, essa diferença é menos de 25%. “A transformação digital vem com grandes desafios, com mais de 20% dos empregos em alguns países provavelmente passando por alguma forma de automação. Portanto, a região precisa de novos investimentos maciços em educação e treinamento para equipar os trabalhadores com as habilidades digitais necessárias”, diz o relatório.

O documento é uma publicação anual conjunta produzida pelo Centro de Desenvolvimento da OCDE, CAF, União Europeia e Cepal. Confira o relatório na íntegra aqui.

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