Transit abre guerra contra Global Crossing algando falhas técnicas

Está chegando ao fim um casamento de 7 anos entre Transit Telecom e Global Crossing. A operadora informou nesta quinta-feira, 24, que está rescindindo o contato de serviços de banda larga com a provedora de redes por motivo de problemas técnicos recorrentes. Segundo Lucia Makhlouf, vice-presidente institucional da Transit, há pelo menos um ano essas falhas vêm ocorrendo com freqüência no link Brasil-Miami, da Global Crossing. Latências, perdas de pacotes e tickets (solicitações) não atendidos, de acordo com a executiva, são os problemas mais comuns. "Inclusive neste momento o escritório da Transit e de diversos clientes estão há cerca de 16 horas sem Internet e transmissão de dados. Quem não tem telefonia convencional e só contratou os serviços de voz sobre IP está sem comunicação de voz também", lamenta. "Essas falhas violam completamente as cláusulas de service level agreement (SLA) previstas em contrato", acrescenta.
A Transit finaliza o pedido formal de rescisão, que será enviado em breve para a Global Crossing, e promete não parar por aí. Deve ir à Justiça. "Vamos reclamar na justiça uma indenização pelos prejuízos financeiros e institucionais que essas falhas nos causaram", revela. A executiva diz não saber ainda qual a monta indenizatória que será solicitada, porém adianta que será 'na casa dos milhões'. "Também entraremos com uma ação administrativa contra a Global Crossing na Anatel", completa.
Negligência

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Se os problemas técnicos recorrentes representam o motivo oficial para a rescisão contratual entre Transit e Global Crossing, para a vice-presidente da operadora há outro elemento tão crítico quando esse para justificar, por si só, essa separação. "A postura negligente, o pouco caso e o mal atendimento dispensados à Transit é, para mim, motivo mais do que suficiente para a suspensão dos serviços. São pequenos descasos que vão desgastando a relação", diz. Ela exemplifica com um problema atual. Nesta quarta-feira, 23, foi aberto um ticket para a resolução da queda do link da Internet. A Global Crossing alegou que a falha não era dela, mas da própria Transit, o que, segundo a executiva, não era verdade. "Em maio a Global Crossing demorou sete dias para restabelecer nosso link com a Internet, o que nos causou sério prejuízo", diz. "E o pior é que eles nos tratam com pouco caso, como se o nosso problema não fosse importante", desabafa.
Problemas de demanda
Lucia Makhlouf acredita que essas falhas costumeiras acontecem pois a Global Crossing assumiu mais clientes e serviços do que pode atender. "Não tenho provas, é apenas uma percepção que tenho a partir de uma impressão que a Global Crossing passa, de má gestão. Depois da fusão com a Impsat, a companhia conquistou vários clientes, vendeu muitos serviços e agora parece não estar dando conta", diz.
Futuro
A vice-presidente informou que irá comunicar Jose Rio, chairman da Global Crossing para a América Latina, sobre os últimos acontecimentos, mas que não a decisão pela rescisão de contrato é inexorável. "Já estamos, inclusive negociando com outros fornecedores, que substituirão a Global Crossing", revela. O nome do novo provedor do link internacional Brasil-Miami deve ser anunciado nos próximos dias.
O outro contrato com a Global Crossing, de telefonia convencional (TDM) não será rescindido em curto prazo, mas também deve ser suspenso até o final do ano. "Já estamos trabalhando para, até dezembro deste ano, não ter mais nenhuma ligação com a Global Crossing", finaliza.
Global se manifesta
Nesta quinta-feira, 24, a Global Crossing divulgou um comunicado à imprensa no qual alega não ter recebido ainda nenhum comunicado oficial da Transit solicitando suspensão de qualquer serviço. Por esse motivo, diz a nota, a empresa não comentará a decisão de rescisão, "mas respeita a opinião expressa pela Transit Telecom em seu comunicado". Para justificar as falhas, a Global Crossing informa na nota que gerencia uma das maiores redes IP do mundo, com mais de 700 operadoras em sua carteira de clientes. "Esses serviços estão suscetíveis a eventuais problemas técnicos que, quando ocorrem, são prontamente tratados por nossa equipe de suporte. Os tempos de reparo são determinados pelas condições dos problemas detectados. Durante todo o processo, nossos clientes são informados do andamento da solução e recebem um relatório final com os devidos esclarecimentos". No último parágrafo do comunicado, a Global Crossing manifesta vontade de resolver o problema e demover a Transit da idéia de rescisão contratual. "A Global Crossing e a Transit Telecom possuem um relacionamento de longo prazo. Estamos confiantes de que este episódio será resolvido e manteremos todas as medidas cabíveis para tratar os imprevistos, independente do fato gerador".rescisão contratual. "A Global Crossing e a Transit Telecom possuem um relacionamento de longo prazo. Estamos confiantes de que este episódio será resolvido e manteremos todas as medidas cabíveis para tratar os imprevistos, independente do fato gerador".

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