Iridium planeja retornar ao mercado de ações

Uma década depois de protagonizar um dos maiores casos de concordata dos Estados Unidos, a Iridium Holdings, empresa de telefonia via satélite, prepara sua volta ao mercado de ações, por meio da reversão da transferência de controle, que está avaliada em cerca de US$ 560 milhões. A empresa será rebatizada como Iridium Communications, nome com o qual irá operar na bolsa eletrônica Nasdaq.
A Iridium será adquirida por uma empresa criada com o propósito especial de realizar a aquisição, que tem como sócio o Greenhill & Co, banco de investimentos americano, que vai entrar com US$ 400 milhões. A empresa também vai realizar uma oferta pública de ações com o intuito de levantar US$ 160 milhões. Os recursos se destinam ao financiamento da construção e lançamento da nova constelação de satélites da Iridium, que deverá custar US$ 2,7 bilhões.
A Iridium foi pioneira na oferta mundial do serviço de telefonia celular por satélite na década de 1990 e um dos casos mais espetaculares de fracasso. Em 1999, ela entrou em concordata, em razão das enormes dificuldades financeiras que enfrentou. Na época, a Iridium gastou US$ 5,2 bilhões para construir um sistema de telefonia interligado por 66 satélites em órbita da Terra, de modo que fosse possível fazer uma ligação telefônica de qualquer parte do planeta – incluindo regiões remotas como o Pólo Sul, a Floresta Amazônica e o Deserto do Saara.

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Lançado no fim de 1998, o serviço fracassou, principalmente por causa do preço alto. Os aparelhos da Iridium custam quase dez vezes mais que um celular convencional. Os aparelhos eram "grandalhões", feios, e não havia cobertura no interior dos edifícios. A ligação também era muito mais cara. Em contrapartida, começaram a surgir no mercado serviços baseados em redes móveis, muito mais baratos.
O Iridium tinha sido puxado pela fabricante de celulares Motorola, que lançou um telefone via satélite de mão em 1998. Apenas um ano depois, ele foi forçado a pedir concordata, eliminando cerca de US$ 6 bilhões em investimentos. Seus ativos foram comprados por um grupo de investidores em 2000 para cerca de US$ 25 milhões.
Para essa retomada, a Iridium vai mudar o foco de atuação. Em vez de atacar o chamado mercado de consumo em massa, desta vez a empresa vai direcionar sua estratégia para os usuários comerciais, especializados, por exemplo, no transporte marítimo, na área florestal, refinarias de petróleo, rastreamento e monitoramento de veículos e outras indústrias. Hoje, cerca de 20% dos negócios da empresa vêm das Forças Armadas dos EUA.
Além disso, a empresa também terá de atualizar sua constelação de satélites de baixa órbita até 2014. Satélites normalmente têm uma vida útil de 15 anos, após o que devem ser substituídos.
A Iridium registrou receita de US$ 320,9 milhões em 2008, um crescimento de 23% na comparação com o ano anterior, e um Ebitda (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações) de US$ 86 milhões. Mesmo com um forte crescimento, os analistas acham difícil dizer se o caixa será suficiente para cobrir as necessidades de investimento nessa nova fase da empresa. Com informações do Financial Times.
Evento
O futuro do mercado de satélites e as aplicações que devem trazer as melhores oportunidades de negócio são tema do 9º Congresso Latino-americano de Satélites, a ser realizado no Rio de Janeiro entre os dias 1 e 2 de outubro. O evento é organizado pelas revistas TELETIME e TELA VIVA. Mais informações pelo site www.teletime.com.br/eventos ou pelo telefone 08007715028.

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