Foi lançada nesta terça-feira, 24, uma iniciativa em forma de organização não governamental para conectar escolas públicas em parceria com provedores regionais. Fundada pela Datora com a parceria das prestadoras Sumicity, Um Telecom, Telium, Ligue Telecom, RLine, Net Cintra e Telecall, além do apoio da Anatel e da Fundação Lemann, a ONG "Instituto Escola Conectada" tem objetivo de levar Internet de pelo menos 100 Mbps para todas as escolas da rede pública de ensino no País até 2025.
Apesar de o anúncio formal estar acontecendo agora, a ONG foi criada entre fevereiro e março. Desta forma, o projeto já começa com 15 escolas conectadas, além de 47 "em conexão" com os seis provedores parceiros. Esse total de instituições, que atualmente representa cobertura para 10,4 mil alunos, pode ser mais do que dobrado em menos de um mês, segundo provedores.
CEO da Datora e um dos fundadores do Instituto (a companhia tem presença no conselho da ONG), Tomas Fuchs afirmou em coletiva de imprensa online que o objetivo é convocar os provedores regionais e instituições de ensino interessadas a preencherem um cadastro no site da iniciativa – clique aqui para acessar. "Nosso sonho é de conectar todas as escolas, sejam elas urbanas ou rurais", disse.
Perguntado sobre possível alinhamento com alguma política pública, como a da inclusão das escolas como meta no edital do 5G, Fuchs disse não estar contando com isso. "Não dependemos de nenhuma política", afirmou o executivo. "Com certeza acho que deveria ter incentivo fiscal, mas não estamos lançando com isso; nenhum provedor questionou isso. É cunho social."
Pode haver sobreposição com iniciativas como a do Gesac, que utiliza capacidade satelital do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC) da Telebras. "Mas não dá para comparar a qualidade. Se a gente chega com fibra ou rádio, eu espero que a escola não precise do Gesac, e que [a conectividade satelital] possa ser passada para outra instituição não conectada."
A primeira instituição no projeto foi a Escola Municipal Prudente de Moraes, na cidade de Miracema (RJ), em parceria com o provedor Sumicity.
Como funciona
O provedor tem um contrato básico com a instituição de ensino que garante a banda larga por pelo menos três anos. Segundo Fuchs, não há qualquer prerrogativa de incentivo fiscal para isso, embora não esteja descartado que isso seja requisitado junto ao governo em um segundo momento. "Quanto à rede interna, é caso a caso. Já teve casos que infelizmente chegaríamos com a Internet só para a diretoria, e não é esse o nosso objetivo", declarou.
Há ainda desafios de burocracia na negociação com prefeituras, afirma. O executivo acredita, porém, que a ONG continuará a insistir para viabilizar a instalação da Internet nesses locais.
Não há exatamente uma prioridade de locais onde a ONG pretende atuar. "Temos um site da Escola Conectada, e as escolas vão poder entrar e se cadastrar, e vamos atrás do provedor que chega lá também. A ideia é que isso se automatize", declarou Fuchs. Grandes operadoras também são bem vindas, ressalta.
A ideia é fazer a ponte entre ISPs e as escolas públicas. Para tanto, utilizam uma metodologia é composta por etapas de diagnóstico, conexão propriamente dita (infraestrutura de rede externa e interna), monitoramento e mensuração de resultados, acompanhado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) da escola "para certificar a efetividade do apoio".