Oi comemora data da assembleia; governo comemora interesse da China Telecom

O presidente da Oi, Marco Schroeder, comemorou nesta quinta, 24, o fato de a Justiça ter indicado a data da Assembleia de Credores da empresa: 9 de outubro. "Agora que temos a data, teremos dias intensos. Mas pelo menos tem data para acabar. Precisamos virar essa página", disse. Os dias intensos ficam por conta das negociações entre bondholders e acionistas da empresa para que se pactue o percentual de diluição dos acionistas e o percentual de equity que receberão os credores ao final da recuperação Judicial. "Tem uma grande briga na mesa: como vai dividir a pizza, o equity. Quanto fica para os credores, acionistas e para quem vai botar dinheiro novo. Essa é a discussão na mesa nos próximos dias. E a empresa pode ajudar com argumentos técnicos. Espero que haja convergência".

Schroeder explica que a Anatel está sendo informada de tudo porque tem que zelar pela continuidade dos serviços, mas as negociações, diz ele, acontecem no âmbito da Recuperação Judicial e do conselho da companhia.

Paralelamente aos avanços da Recuperação Judicial da Oi o mercado dá sinais de que novas opções devem aparecer. Segundo fontes de mercado, nos últimos dias, representantes do governo e da Anatel estiveram com a China Telecom e da TPG e ficaram entusiasmados com a possibilidade de a operadora chinesa ajudar a resolver o problema da Oi. O problema, dizem os interlocutores, é que a China Telecom exigiria o controle da companhia e não entrará se não tiver clareza de uma mudança no modelo regulatório (PLC 79) e de uma solução para a dívida da Oi com o governo. A empresa tem a maior rede de fibra da China, chegando a 600 mil localidades, tem mais de 200 milhões de assinantes móveis e 80 milhões de assinantes com IPTV, fora 9 milhões de km de backbone. Sozinha a empresa utilizou 40% das fibras produzidas no mundo em 2016, segundo foi dito ao governo.

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A proposta de um conjunto de bondholders que têm mais de R$ 20 bilhões em dívidas da Oi também animou o governo e trouxe um certo alívio, mas a indefinição sobre a equalização da dívida com o próprio governo e movimentos como o do DNIT, que resolveu cobrar R$ 3,2 bilhões de dívidas de direito de passagem da Oi são fatos que ainda preocupam.

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