Receita de SMS da Vivo cai no segundo trimestre

Um dado chama a atenção no balanço financeiro da Vivo relativo ao segundo trimestre de 2013: a receita da operadora com SMS peer-to-peer (P2P), ou seja, aquele trocado entre assinantes, caiu 4,6% em comparação com o primeiro trimestre, passando de R$ 511,3 milhões para R$ 488 milhões. A alegação de variação sazonal não se aplica neste caso, pois o primeiro trimestre é aquele que costuma ser mais fraco em telecomunicações, enquanto o quarto é o mais forte, por causa do Natal e da virada do ano. Por sinal, analisando-se o balanço do segundo trimestre de 2012 nota-se que naquele período a receita da Vivo com SMS aumentara 4,3% em comparação com o primeiro trimestre daquele ano.

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A queda pode ser o primeiro sinal concreto de que aplicativos de mensagens over-the-top, como WhatsApp, iMessage e similares começam a afetar os negócios das teles nacionais, como já acontece em alguns mercados desenvolvidos, inclusive a própria Espanha, onde está a sede da Telefônica, controladora da Vivo. A confirmação, contudo, só virá quando houver uma queda na comparação anual entre trimestres. Por enquanto, nesse aspecto, a receita da Vivo com SMS continua crescendo, tendo aumentado 4,8% em relação ao segundo trimestre de 2012. Durante a conferência de resultados, o diretor geral da Telefônica Vivo, Paulo Cesar Teixeira, atribuiu esse crescimento anual à venda de pacotes ilimitados em planos pós pagos (R$ 10/mês) e o balanço destaca ainda a maior penetração do SMS na campanha Vivo Sempre (R$ 0,05 por SMS) e à inclusão de SMS off-net nos planos pós-pagos. Houve queda também nos minutos de uso de voz (MOU), mas os números não foram abertos. "Queremos ressaltar o a migração dos clientes de voz para dados e daqui para a frente não divulgaremos mais o MOU em nossos balanços", disse.

Dados

O crescimento de smartphones e a adesão dos clientes da Vivo a planos de dados são evidentes no balanço e reforçam a teoria de impacto sobre a receita de SMS P2P. A receita da operadora com Internet móvel foi de R$ 915,1 milhões no segundo trimestre, o que representa um crescimento anual de 35,7% e trimestral de 12,6%. A empresa atribui esse desempenho à venda de modems 3G e planos de dados para clientes pós-pagos. A Vivo informa que 70% da sua base pós-paga, hoje composta por 20,69 milhões de usuários, possui smartphones.

Na base pré-paga, Teixeira destacou que a operadora tem verificado uma migração de clientes pré-pagos para planos controle. "Estamos com foco nos melhores clientes pré-pagos para ofertas de pacotes de dados e SMS e os clientes pré-pagos com pacotes de dados mais do que dobraram em um ano", comemora. "Temos a política de desconexões mais rígida do mercado e se seguíssemos a da (operadora) segunda colocada, teríamos 10 milhões de clientes a mais", afirma Teixeira.

A receita com dados e SVAs em geral cresceu 24,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando R$ 1,69 bilhão. Nesse número estão incluídos Internet móvel, SMS P2P e serviços de conteúdo móvel, como aqueles de m-learning e m-health. A receita média mensal por usuário (ARPU) da Vivo com dados e SVAs no segundo trimestre foi de R$ 7,4, quase um terço do ARPU total no período (R$ 22,8).

A receita com "outros serviços de dados e SVAs", na qual está computada a venda de conteúdos móveis, foi de R$ 281,6 milhões no segundo trimestre. Isso representa um crescimento trimestral de 16,3% e anual de 33,4%.

4G

O executivo ressaltou ainda a estratégia para 4G da operadora. "Nosso foco no momento é ter boa qualidade da rede, devemos ter 70 cidades cobertas com LTE até o final do ano e apostamos na migração do 3G para o 4G". A Vivo tem hoje 46,8% de market share no 4G, ou 81,526 mil conexões, segundo dados de junho da Anatel.

 

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