A consulta pública sobre a proposta da Anatel para o Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU), que vigorará entre 2011 e 2015, terminou nessa terça-feira, 23. E a falta de informações sobre os custos do plano foi o ponto alto das críticas expostas em 187 contribuições encaminhadas à agência reguladora. A Abrafix e as concessionárias, individualmente, apresentaram à Anatel um estudo elaborado pela LCA Consultores apontando que não há equilíbrio econômico na proposta apresentada e consolidando formalmente a estimativa de custos de R$ 13 bilhões do novo plano.
Este noticiário já havia divulgado, em 13 de maio, estudo apresentado pela Oi à Anatel expondo os custos de R$ 13 bilhões do projeto. Na época, a concessionária argumentou que este volume de investimentos corresponderia apenas ao cumprimento das metas relativas às duas regiões sob sua tutela (Região I e Região II, da antiga BrT). Com a análise da LCA, esclarece-se que, na verdade, o montante é o impacto total do PGMU sobre todas as concessionárias. Mesmo assim, o volume é muito superior ao projetado pela Anatel. Estudos internos da agência mostram que o plano custaria cerca de R$ 1 bilhão, valor este que seria amortizado com ganhos pela exploração do backhaul, segundo análise da Superintendência de Universalização (SUN).
De acordo com a projeção da LCA, a desoneração gerada pela redução do número de orelhões, sugerida pela Anatel, seria de apenas R$ 210 milhões, valor este incapaz de neutralizar os próprios custos das novas obrigações criadas para os acessos coletivos, que seriam na ordem de R$ 6,7 bilhões. A expansão e aumento da capacidade do backhaul para 2,5 Gbps também terá forte impacto nas contas das concessionárias, com um custo total de R$ 6,5 bilhões. O impacto nas empresas é ainda mais evidente quando se analisa a proporção simulada pela LCA entre a desoneração e a oneração das metas. "Para cada R$ 1 de bônus, gera-se R$ 64 de ônus. Essa relação é de 1 para 5 para a Telefônica, 1 para 92 para o grupo Oi (1 para 228 para a Região I e 1 para 27 para a Região II) e 1 para 1 para a Sercomtel". Embratel e CTBC não teriam qualquer bônus com as reduções sugeridas; apenas ônus.
Universalização