"A gente não consegue se mover", diz Acom, sobre WiMax

Marco Antônio de Oliveira Tavares, gerente operacional de engenharia de espectro da Anatel, ouviu nesta terça-feira, 24, uma contundente reclamação de Carlos Barreiros, presidente da Acom – empresa de TV por assinatura por MMDS – sobre a dificuldade de lançar o WiMax na faixa de 2,5 GHz. Segundo Barreiros, a Acom tem forte interesse em expandir sua atuação usando o WiMax. No entanto, a agência até agora não certificou um único modelo de equipamento para a faixa de 2,5 GHz. "Tenho 12 mercados fantásticos, mas a gente não consegue se mover", desabafou.
A apresentação de Tavares no evento 4º WiMAX Brazil era justamente sobre o uso eficiente do espectro, o que foi motivo para ironia do presidente da operadora. "Estou sendo ineficiente por causa da Anatel. Poderia usar o espectro de maneira muito melhor", diz ele. José Luiz Frauendorf, presidente da Neotec (associação que reúne as empresas com licenças de MMDS), saiu em defesa da Anatel explicando que já existem equipamentos certificados, mas não estão homologados porque "falta a papelada".
Segundo Barreiros, a Acom tem um enorme mercado potencial formado por chácaras ao redor de algumas cidades da sua área de atuação que não são atendidos por nenhuma empresa, mas com alto poder aquisitivo. "A incumbent não está lá. A Embratel não está lá. Ninguém está lá". A Acom atua em Campo Grande (MS), Campo dos Goytacases (RJ), Cuiabá (MT), Ipatinga (MG), João Pessoa (PB), Juiz de Fora (MG), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Santos (SP), São Luís (MA) e Volta Redonda (RJ).

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Outro lado

A Anatel explicou que as empresas de MMDS interessadas em explorar o WiMAX em 2,5 GHz devem procurar a agência para adaptar o termo de uso da faixa. A faixa de 2,5 GHz está destinada para serviços de transmissão de imagens (MMDS), e não voz ou dados, como querem ofertar as operadoras por meio do uso do WiMAX. A adaptação teria um custo para a empresa. Nenhuma empresa de MMDS até agora procurou a Anatel para adaptar a sua licença. Portanto a Anatel não homologou os equipamentos para evitar que as empresas lancem os serviços sem cumprirem o rito regulatório.

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