Apenas 22% dos consumidores brasileiros têm a intenção de migrar para planos 5G nos próximos 12 meses, apontou uma pesquisa da consultoria IDC sobre o impacto da chegada da rede de quinta geração ao País.
Além da parcela com interesse imediato, outros 42% "provavelmente" mudarão para a tecnologia – que deve chegar às capitais no padrão standalone a partir do segundo semestre. Entre os principais obstáculos estão o preço de smartphones compatíveis e dos próprios upgrades de planos, afirmou o gerente de telecomunicações da IDC, Luciano Saboia.
A questão seria um desafio na medida em que há "pouca materialização do que o 5G pode transformar para a pessoa física", de acordo com o consultor. Para Saboia, operadoras que esperam aumentar receitas com preços e ARPUs maiores precisam promover casos de uso com atributos além da velocidade.
"Hoje a maior associação que as pessoas com 5G fazem é velocidade, mas muitas aplicações atuais não dependem disso, como chamar um carro de aplicativo, trocar mensagem de texto em rede social. O que falta é oferecer tipos de uso em que realmente vão precisar de conectividade de altíssima velocidade", afirmou o gerente do IDC.
Entre as verticais que o próprio consumidor espera ver impacto do 5G estão streaming de vídeo, gaming, teletrabalho e e-commerce, aponta a pesquisa. Em paralelo, uma demanda por maiores franquias de dados móveis também se impõe: segundo o IDC, mais de dois terços (67%) dos brasileiros restringem o uso de certos apps em função do tráfego móvel gerado.
De forma geral, 95% dos brasileiros já ouviram falar do 5G, mas apenas 36% declaram ter um bom conhecimento do padrão. Os números ainda são maiores que os da América Latina, onde 25% têm conhecimento da tecnologia e apenas 16% planejam a contratação dentro de doze meses.