A decisão da autoridade regulatória de telecomunicações da Suécia, a PTS, de barrar fornecedores chineses para operadoras que disputem o leilão do 5G naquele país está tendo efeitos negativos não apenas para a Huawei e ZTE, mas até mesmo para a própria sueca Ericsson. Isso já era esperado, mas agora a empresa afirma que aumentou o receio de que possa haver efeitos adversos nos interesses econômicos da indústria doméstica, "incluindo aqueles da Ericsson".
Desta forma, a fornecedora sueca emitiu comunicado nesta segunda-feira, 24, afirmando que incluiu essa condição como fator de risco para o prospecto corporativo. "A atualização coincide com a proposta da Ericsson sob o programa EMTN [Euro Medium Term Note] e a mudança em relação ao fator de risco, como foi mostrado no balanço do quarto trimestre [de 2020]", diz a empresa.
Com a atualização, a Ericsson agora apresenta como possibilidade de risco ao desempenho econômico-financeiro da empresa esse fator geopolítico, que estaria causando "incertezas para a futura relação comercial bilateral entre a China e vários países como o resultado das restrições de fornecedores chineses em redes nacionais de 5G".
A empresa já havia alertado para possíveis impactos da decisão da PTS contra a China, mencionando risco de "danos colaterais" na relação do país asiático com a Suécia. E agora, adiciona: "Enquanto a Ericsson foi convidada para vários processos de licitação em andamento na China, o resultado final permanece incerto e é o posicionamento atual da companhia de que aumentou o risco de que a Ericsson vai ter uma participação de mercado significativamente menor nesses leilões do que o market share atual".