Inmarsat quer expandir atuação no mercado brasileiro

Durante o Painel Telebrasil nesta semana, a Anatel defendeu a desoneração para serviços satelitais, além de uma possibilidade de licitação de mais posições orbitais para operações no País. Uma das companhias que podem se beneficiar diretamente disso é a Inmarsat, que planeja atuar de maneira mais forte no Brasil, contando com clientes como o próprio governo, além da companhia aérea TAM, Bradesco e Petrobras. Dessa forma, o CTO da Inmarsat, o brasileiro Ruy Pinto, visitou o País para participar de reuniões com a agência e continuar as negociações com uma importante empresa que poderá impulsionar os negócios na região em uma eventual parceria. "Dessa vez eu resolvi participar da reunião para ver o status de nossas licenças, dos serviços que a gente provê e pretende prover no mercado brasileiro", afirmou o executivo.

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O momento agora é propício. A companhia planeja investir mais no bloco BRICS, que inclui também Rússia, Índia, China e África do Sul. "A Inmarsat terá mais presença no Brasil, vamos contratar pessoas e aumentar o engajamento em geral, trabalhando em parceria", explica o executivo. A empresa tem um perfil mais atacadista, mas tem acordo com canais. "Temos bons distribuidores, mas estamos em negociação com novos parceiros brasileiros para distribuir serviços e um parceiro de mais peso, não necessariamente de telecom, que vai ajudar a divulgar os serviços", diz, sem revelar o nome da empresa. "Se as negociações forem bem sucedidas", o contrato será fechado entre agosto e outubro.

"A gente vê o País como o mercado ideal para serviços de rastreamento de caminhões com taxas de tráfego baixas, monitoração remota de oleodutos, comunicação marítima e telefonia via satélite", conta Ruy Pinto. Outra oportunidade no mercado brasileiro é sua grande extensão territorial e localidades de difícil acesso. "O Bradesco vai implementar uma agência bancária móvel no Amazonas e precisa de uma comunicação de dados com a sede que os meios tradicionais não proveem. A tecnologia atual e a nova geração do Inmarsat 5 é a ideal".

Ao todo, a quantia destinada ao sistema Global Express (que inclui o satélite Inmarsat 5) é de US$ 1,3 milhões, desde a concepção do projeto em 2010 até o lançamento do primeiro satélite ainda em 2013 pelo foguete Ariane na Guiana Francesa; e mais dois para uma cobertura global até o final de 2014 a partir do Cazaquistão com o foguete russo Proton. "Teremos serviços globais em banda Ka com o Inmarsat 5; e serviços com antenas estarão disponíveis utilizando a última tecnologia de modulação adaptável, em termos de tecnologia terrestre, interoperável com uma rede 4G e que estará disponível no decorrer do ano que vem." A empresa deverá lançar, no total, 13 novos satélites nos próximos 18 meses.

Aliança

Além disso, a Inmarsat está com uma aliança com a Cisco para desenvolver uma rede de comunicação de dados compatível com o LTE, com roteador da fornecedora compatível com a rede de satélite. "Uma companhia não precisa se preocupar com que frequência, banda ou espectro está se comunicando", justifica Pinto, mencionando a comunicação transparente para usuário e desenvolvedores. "Você poderá comprar um roteador Cisco no ano que vem com comunicações via satélite embutidas com o Global Express na banda L, mas também (poderá usar) o servidor, uma máquina virtual, que vai permitir desenvolver aplicativos e fazer download de apps para o roteador", diz o executivo. Na prática, uma empresa poderá desenvolver conteúdo para rodar no equipamento, como monitoração e gerenciamento de um ativo, ou de gestão de ciclos para uma fazenda, por exemplo. Da mesma forma, será possível comprar os aplicativos em uma loja, em modelo similar à App Store da Apple.

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