Ericsson registra queda nos lucros e vendas ruins na América Latina

A Ericsson fechou o primeiro trimestre de 2013 com um desempenho regular, descontando as consequências da dissolução da Sony Ericsson (agora apenas Sony Mobile) no ano passado. Em balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira, 24, a companhia sueca registrou lucro líquido de 1,2 bilhão de coroas suecas (o equivalente a US$ 181,2 milhões), queda de 86% em relação ao primeiro trimestre de 2012, quando a empresa registrou 8,8 bilhões de coroas suecas (US$ 1,328 bilhão), embora esse valor inclua o montante de 7,7 bilhões de coroas suecas (US$ 1,162 bilhão) pagos pelo desinvestimento na Sony Ericsson à época. Comparando com o último trimestre do ano passado, houve um ganho significativo, pois a companhia registrou na época prejuízo líquido de 6,3 bilhões de coroas suecas (US$ 951,2 milhões).

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O lucro operacional, incluindo a joint-venture ST-Ericsson, foi de 2,1 bilhões de coroas suecas (US$ 317,1 milhões), queda de 77% em relação ao mesmo período do ano anterior, "majoritariamente por conta das taxas de reestruturação relacionadas à redução das operações na Suécia e por conta da comparação com o ganho relacionado ao desinvestimento da Sony Ericsson em 2012". A margem operacional ficou em 4%, contra 17,8% no 1T12. Excluindo a joint-venture, o lucro operacional também foi de 2,1 bilhões de coroas suecas (US$ 317,1 milhões), queda de 80% em relação aos primeiros três meses do ano passado.

As vendas líquidas acumularam 52 bilhões de coroas suecas (US$ 7,85 bilhões), crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, houve significativa queda em relação ao trimestre imediatamente anterior: decréscimo de 22%. O padrão se seguiu quando se detalha as vendas por áreas. Em redes, a Ericsson conseguiu 28,1 bilhões de coroas suecas (US$ 4,24 bilhões), que foi um crescimento de 3% em relação ao 1T12 e queda de 20% em relação ao 4T12. A companhia comemora um bom desempenho na América do Norte e Sudeste Asiático, mas atribui a queda às baixas vendas no Nordeste da Ásia.

As vendas em serviços globais acumularam 21,5 bilhões de coroas suecas (US$ 3,25 bilhões), alta de 3% na comparação com o mesmo período do ano passado, mas queda de 24% no comparativo com o último trimestre. A razão para esse desempenho foi, segundo a empresa, por conta de "menor atividade de negócios no Nordeste da Ásia e atrasos na implementação do LTE na América Latina". Finalmente, as vendas em soluções de suporte foram as mais modestas: 2,4 bilhões de coroas suecas (US$ 362,4 milhões), uma queda de 19% e 33% no comparativo com o 1T12 e 4T12, respectivamente.

Desempenho ruim na América Latina

As vendas por regiões mostraram um volume maior na América do Norte, com 15,8 bilhões de coroas suecas no total no trimestre, sendo 9,2 bilhões de coroas suecas (US$ 2,385 bilhões) na área de redes, 6,1 bilhões (US$ 921 milhões) em serviços globais e 500 milhões de coroas suecas (US$ 75,4 milhões) em soluções de suporte. A América Latina foi responsável por 4,4 bilhões de coroas suecas (US$ 664,3 milhões) nas receitas com vendas, queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado e de 33% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Na região, a receita em redes e serviços globais ficou em 2 bilhões de coroas suecas (US$ 302 milhões) cada, enquanto a de soluções de suporte ficou em 400 milhões de coroas suecas (US$ 60,4 milhões). Excetuando o desempenho nas regiões do Mediterrâneo, Oriente Médio e Nordeste da Ásia, o mercado latino-americano foi a maior queda na comparação com o 4T12.

Em geral, de acordo com a Ericsson, as vendas foram afetadas pelo declínio na tecnologia CDMA, causando uma queda de 42% nas receitas, totalizando 1,3 bilhão de coroas suecas (US$ 196,3 milhões). Na comparação com os três últimos meses do ano passado, as vendas também caíram – segundo a empresa, por conta do declínio estrutural das vendas de GSM na China e no Japão.

A companhia diz que, com a demanda do consumidor e o desenvolvimento econômico global atual, os negócios básicos irão começar a transitar mais para projetos de maior capacidade durante a segunda metade de 2013. "O impacto negativo dos projetos de modernização de rede na Europa irá continuar a declinar gradualmente durante o ano", explicou a empresa no relatório. O foco das operadoras em monetizar com o tráfego de dados deverá causar também uma demanda maior pelas soluções de banda larga móvel com soluções de IP de quarta geração da Ericsson. A empresa espera também haver maiores implementações de acessos LTE, HSPA, pacotes de core de rede e VoLTE.

Em comunicado, o presidente e CEO da Ericsson, Hans Vestberg, afirmou que percebeu desenvolvimento contínuo em serviços gerenciados com 21 novos contratos no trimestre. No setor de banda larga móvel, ele destacou o processo de seleção de vendors para a implementação do LTE na China e na Rússia, assim como o desempenho bom com as plataformas de roteamento SSR, além de OSS e BSS. "O crescimento em tráfego de dados e vídeo nas redes leva à demanda por banda larga móvel e OSS e BSS", diz ele no texto, citando as tendências apontadas na Mobile World Congress, que ocorreu em Barcelona, em fevereiro. Outros tópicos que ele considera como importantes para a empresa nos próximos anos são as redes definidas por software (SDN), nuvem e comunicações máquina-a-máquina.

Joint-venture

A ST-Ericsson, joint-venture entre a suíça STMicroelectronics e a sueca Ericsson formada para a produção de semicondutores e plataformas para dispositivos móveis, registrou receita líquida em vendas de US$ 256 milhões no trimestre, queda de 12% em relação aos primeiros três meses de 2012. A decaída foi ainda maior se comparado com o último trimestre do ano passado: 28%.

Conforme anunciado no dia 18 de março, a divisão será divida entre as partes. A Ericsson ficará com o design, desenvolvimento e vendas de produtos multimodos LTE, 2G e 3G. Os demais produtos (modems e negócios relacionados) ficarão com a STMicroelectronics, assim como algumas plantas de montagem e teste na fábrica. O restante será encerrado. A transferência formal das áreas às partes será completada durante o terceiro trimestre de 2013, sujeita a aprovação regulatória. "Continuamos a executar nossa estratégia", garantiu Vesterberg. Ele citou ainda o anúncio da intenção de aquisição da área de Mediaroom da Microsoft para soluções de IPTV.

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