O Brasil tem a terceira maior velocidade 5G do mundo, ficando atrás apenas de duas nações: Coreia do Sul e Catar. A informação é do Global Network Excellence Index, da Opensignal, com base em dados de 2024. Apesar do destaque nesse indicador, o relatório revelou que o País ainda tem um longo caminho a percorrer para levar infraestrutura de redes móveis a todas as localidades.
Isso porque entre as 137 nações analisadas pela pesquisa, o Brasil fica na 82ª posição em disponibilidade de 4G e 5G – que mede o tempo em que os usuários estão conectados a redes móveis modernas. Na América Latina e Caribe, perdemos para dez países.
Apesar do ótimo desempenho na velocidade de download com a quinta geração móvel, a velocidade no 4G não impressionou. O Brasil fica acima da média global nesse quesito, mas ainda ocupa o 56º. Isso significa estar atrás do Canadá (14º) e dos Estados Unidos (44º) – que embora sejam mais ricos, também lidam com o desafio de serem países com grande território. Já quando se analisa apenas a América Latina, o Brasil só perde para o México e o Uruguai.
Há outro indicador importante avaliado pela Opensignal. Trata-se da chamada "qualidade consistente excelente" (ECQ), que avalia a consistência das redes em suportar aplicativos exigentes, como streaming de vídeo e chamadas de vídeo. Nessa parte, o Brasil ficou em 45º na lista global – próximo do resultado do Reino Unido (44º) e acima da Argentina (58º), da Índia (64º), da Rússia (71º) e do México (111º).
Média geral
"O Global Network Excellence Index atribui o mesmo peso a cada um dos três pilares principais: Disponibilidade de 4G/5G, Qualidade Consistente Excelente e Velocidade de Download de 4G e 5G (se não houver redes 5G comerciais no mercado, atribuímos um terço do peso ao 4G)", explicou a Opensignal sobre a metodologia do índice.
Nesse sentido, na classificação geral, o Brasil fica na 56º posição entre as 137 nações analisadas. Esse resultado foi puxado principalmente pelos indicadores onde o País não se saiu tão bem – especialmente na disponibilidade de 4G e 5G, onde ficamos abaixo da média global.
Explicação
O motivo que explica o alto desempenho do 5G brasileiro tem a ver com a estratégia adotada por aqui durante a implementação da rede. A maior parte das conexões de quinta geração móvel no País utilizam a faixa de 3,5 GHz. Isso garante melhores velocidades. Como contrapartida, a cobertura se torna mais limitada.
Já as operadoras na Índia, por exemplo, optaram por uma abordagem mista no uso do espectro, utilizando tanto faixas baixas de 700 MHz quanto médias, de 3,5 GHz. As frequências menores por lá garantiram uma cobertura mais ampla.
Não é atoa que a Índia, uma das principais economias emergentes, aparece tendo a 23ª melhor disponibilidade no índice da Opensignal. Mas essa estratégia também teve um preço: a limitação da velocidade (que por lá é a 29ª mais rápida no mundo, bem atrás do Brasil).